Resumo
O texto discute o cuidado como dimensão ontológica e potência constitutiva do humano. Vale-se de matriz teórica que une autores da área da educação infantil com a ontologia de Martin Heidegger. Apresenta o conceito heideggeriano de cura (sorge) – cuidado/curadoria numa dimensão ontológica – e o toma como eixo articulador a partir do qual são pensadas a corporeidade e a espacialidade. O conceito de tato, de Helmholtz, também é desenvolvido a fim de sustentar a noção de contato, trazida à tona por Marta Nörnberg. Ratifica-se o argumento da autora de que as instituições de educação infantil devem ser consideradas como domus, isto é, moradas comuns em que o estatuto de “ser-no-mundo-junto-das-coisas-com-outros” seja favorecido por meio de um comprometimento cuidadoso/curador. Destaca-se, ainda que brevemente, a importância do ato de brincar e a necessidade de um olhar cuidadoso/curador tanto para a brincadeira quanto para os ambientes e corpos. Por fim, argumenta-se que as instituições de educação infantil devem ser ambientes cuidados/cuidadores que propiciem a convivência e o contato, indicando caminhos constitutivos do ser-no-mundo.
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