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Educação bilíngue inclusiva para surdos como espaço de resistência
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Palavras-chave

Educação de surdos
Relações de saber e poder
Resistências

Como Citar

MORAIS, Mariana Peres de; MARTINS, Vanessa Regina de Oliveira. Educação bilíngue inclusiva para surdos como espaço de resistência. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 31, p. e20180089, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8660700. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo objetiva analisar as trajetórias históricas e as composições de saberes que ativaram um novo cenário educacional inclusivo bilíngue para surdos, distinto das propostas inclusivas consonantes com o modelo referendado pelas diretrizes que sustentam os discursos e as práticas na educação especial. São apresentadas propostas bilíngues para surdos e as ações que buscam romper com o paradigma que ainda mantém a centralidade educacional na língua portuguesa. Os conceitos das filosofias da diferença, em Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, contribuíram para a análise e historicização (saber/poder) dos fatores que possibilitaram a emergência de projetos bilíngues como um campo de investigação possível. Nesse sentido, a relevância desta pesquisa consiste em contribuir com as discussões existentes sobre os deslocamentos de saberes para procedimentos educacionais, realizados em municípios que adotam métodos inclusivos bilíngues, a fim de demarcar a história dos movimentos sociais em direção a propostas de escolas-polo bilíngues.

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