Resumo
As obras lexicográficas acompanham o desenvolvimento humano tanto num nível técnico-científico como sociocultural. No caso dos dicionários, a heterogeneidade de objetivos, funções e de público-alvo são responsáveis por caracterizar sua natureza. Na Ciência da Informação, analisa-se dois dicionários da área: o Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia (2009) e o ODLIS: Online Dictionary for Library and Information Science (2010), com intuito de refletir sobre seus aspectos positivos e negativos. O trabalho justifica-se por duas razões: primeiro pela carência de estudos lexicográficos na área, e segundo pelo problema recorrente da inarticulada sistematização dos dicionários técnicos. A base teórica é fundamentada na análise lexicográfica de Rey-Debove (1971) que divide a organização do dicionário em macroestrutura (entradas ou verbetes), e a microestrutura(definições); e a vertente de Günther Haensch (1982), que acrescenta a análise dos aspectos pré e pós-textuais.Para concluir, verifica-se que cada dicionário, em sua cobertura e abrangência tem um papel importante na área da Ciência da Informação, contribuindo tanto nas pesquisas de especialistas como no cotidiano de profissionais da área. Contudo, alguns aspectos de sua estrutura e organização poderiam ser repensados à luz das necessidades desses mesmos usuários, incorporando preceitos dos estudos lexicográficos, ainda pouco difundidos na Ciência da Informação.
Referências
AHUMADA LARA, I. Aspectos de lexicografía teórica. Granada, Universidad de
Granada: Estudios de Lengua Española, 1989.
BIDERMAN, M. T. C. A ciência da lexicografia. Alfa, São Paulo, 28, (supl.), p.1-26,1984.
______. Teoria linguística-teoria lexical e linguística computacional. 2. ed. São Paulo, SP:
Martins Fontes, 2001. (Coleção leitura e crítica).
CAMPOS SOUTO, M.; PÉREZ PASUCAL, J. I. El diccionário y otros productos lexicográficos.
In: MEDINA GUERRA, M. A. Lexicografia espanhola. Editorial Ariel: Barcelona, 2003.
CASTILLO CARBALLO, M. A. La macroestructura del diccionario.In: MEDINA GUERRA, M.
A. Lexicografia espanhola. Editorial Ariel: Barcelona, 2003.
CUNHA, M. B.; CAVALCANTI,C. R. O. Dicionário de biblioteconomia e arquivologia.
Brasília: Briquet de Lemos, 2008.
FARIA, E. M. P.Uma breve história do fazer lexicográfico. Revista Trama, v. 3, n.5, 2007.
ISQUIERDO, A. N.; ALVES, I. M. (Org.). As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia,
terminologia. UFMS: Humanitas, 2007.
KRIEGER, M. G. et al. O século xx, cenário dos dicionários fundadores da lexicografia brasileira:
relações com a identidade do português do Brasil. Alfa, São Paulo, v.50, n.2, p. 173-187, 2006.
MEDINA GUERRA, M. A. Lexicografia espanhola. Barcelona: Editorial Ariel, 2003.
NUNES, J. H. Diccionários no Brasil: análise e história do século XVI ao XIX. São Paulo, SP:
Fapesp; São José do Rio Preto, SP: Faperp, 2006.
REITZ, J. ODLIS: Online: Dictionary of. Library and. Information Science. EUA: Libraries
Unlimited, 2004.Disponível em: <http://lu.com/odlis/index.cfm>. Acesso em: 05 out.10.
SABLAYROLLES, J.-F. Le sentiment neologique. In : Colóquio: os estudos lexicais em diferentes
perspectivas, 4., 2010, São Paulo. Projeto TermNeo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas: Universidade de São Paulo, 2010. (Mini curso-apresentação oral).

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2011 Jessica Camara Siqueira