Resumo
Habermas passa a atribuir, a partir de 1990, um papel central ao mundo da vida que, como fonte da racionalidade comunicativa, é capaz de se opor ao processo de dominação sistêmica e manter a autonomia dos indivíduos. O texto explicita os argumentos que levam Habermas a considerar a espontaneidade do mundo da vida como fonte que assegura a validade cognitiva e normativa das ações dos indivíduos em interação e avalia o potencial crítico desse posicionamento na educação. A ideia orientadora é que o entendimento da vida escolar só pode ser atingido se levar em conta a forma de produção do mundo da vida dos atores que a compõem.
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