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Para que Auschwitz não se torne regra na contemporaneidade: um diálogo entre Adorno e Agamben
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Keywords

Educação. Barbárie. Campo de concentração. Razão instrumental.

How to Cite

BAZZANELLA, Sandro Luiz; POLOMANEI, Maria Benedita de Paula e Silva. Para que Auschwitz não se torne regra na contemporaneidade: um diálogo entre Adorno e Agamben. Filosofia e Educação, Campinas, SP, v. 10, n. 3, p. 743–774, 2019. DOI: 10.20396/rfe.v10i3.8653130. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/article/view/8653130. Acesso em: 17 aug. 2024.

Abstract

O presente artigo é resultado de pesquisas entre o pensamento do filósofo alemão Theodor Adorno (1903-1969) e do pensamento do filósofo italiano Giorgio Agamben (1942...) em torno da racionalidade instrumental, como uma das características distintivas da civilização ocidental que produziu a barbárie dos campos de concentração nas primeiras décadas do século XX e, que como lógica operacional civilizacional continua a se manifestar na contemporaneidade. Assim, o objetivo deste artigo analisar a luz do pensamento de Adorno e de Agamben o campo de concentração como paradigma ontológico da contemporaneidade, que se manifesta na vigência permanente do estado de exceção, na constante produção de vida nua, na ascensão de tendências políticas e de governos de conotação totalitária que concebem a educação como um meio de reproduzir a lógica do poder soberano.  Nesta direção,  Adorno argumenta que a educação deve ter por princípio evitar que Auschwitz volte a acontecer.  Agamben convida a profanar, retirar da esfera do sagrado tudo aquilo que foi usurpado da esfera do uso comum e devolver ao uso público como  forma possível de evitar a continua manifestação do campo. Ou seja, faz-se necessário neste contexto profanar o descaso com a infância, com os currículos escolares pautados no autoritarismo, no analfabetismo funcional. 

https://doi.org/10.20396/rfe.v10i3.8653130
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