Resumo
Introdução: O presente artigo se insere no tema da História da Educação e tem como objeto de estudo o intercâmbio entre Brasil, por meio do então Ministério da Educação e Cultura (MEC), e Estados Unidos da América (EUA), representado pela United States Agency for International Development (USAID) – os famosos acordos MEC/USAID, estabelecidos no período da ditadura militar, num recorte temporal de 1965 a 1968. Nesse viés, o estudo se debruça sobre os seguintes eixos norteadores: o problema de pesquisa indaga de que forma os acordos MEC/USAID serviram para instrumentalizar a hegemonia estadunidense sobre o Brasil no campo educacional. Objetivo: O objetivo incide em compreender a constituição da hegemonia estadunidense sobre o Brasil, no contexto dos Acordos MEC/USAID (1965-1968). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa e que busca traçar as discussões, partindo da Análise Crítica do Discurso, na vertente de Fairclough (2001). Resultados/Conclusão: Como resultados do estudo, verificou-se que o interesse norte-americano pelos rumos da Educação Superior no Brasil no período militar, foi além do discurso de modernização, pois ao incentivar uma reorganização das universidades, impunha a partir do aparelho ideológico escolar, sua hegemonia como potência capitalista.
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