Resumo
Introdução/Objetivo: O presente texto busca refletir sobre o Instituto de Economia Fulidaidai-Slulu, compreendendo-o como uma universidade popular camponesa do Timor-Leste por meio da relação entre Educação Popular, cultura e democracia. Metodologia: Destaca-se que a presente reflexão apenas foi possível em função de minha experiência junto à construção do currículo dessa universidade camponesa, quando, em 2013, realizei atividades junto à Cooperação Brasileira no país leste-timorense, e num segundo momento, em 2017, quando atuei como docente do instituto como atividade do meu doutorado sanduíche junto a Universidade Nacional de Timor Lorosa’e. Resultados/Conclusão: Acerca dos resultados e conclusões, destaca-se que, não havendo uma desvinculação entre formação de mão de obra e formação humana, o instituto põe em prática a Educação Popular como expressão da cultura rebelde, atuando junto ao processo de conscientização dos camponeses, sendo que os próprios membros da União dos Agricultores de Ermera (UNAER) são também protagonistas desse processo educativo, atuando na disseminação e desenvolvimento de uma economia e de uma tecnologia ligada a outro modelo societário (democrático).
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