Resumo
Em pouco mais de 200 anos, a idade da Terra admitida pela ciência passou de alguns milhares para cerca de 4,56 bilhões de anos. Muitas analogias são empregadas para facilitar a compreensão dos conceitos de “tempo profundo” ou “abismo do tempo” mas, não obstante, essas idéias permanecem de difícil assimilação, pois as escalas e relações envolvidas são incomuns e freqüentemente complexas. A profunda inflexão no pensamento, e até mesmo na perspectiva humana, sobre a idade da Terra, decorre do amadurecimento da Geologia como ciência. Métodos específicos são necessários para determinação de idades de rochas e sua aplicação mais direta: o estudo do tempo geológico. Os métodos estratigráficos, paleontológicos e geocronológicos são empregados muitas vezes de forma integrada, para garantir resultados confiáveis; constituem parte essencial do conceito moderno de Geociências ou de Ciências da Terra. É conveniente fazer um estudo dos princípios teóricos e das principais - e acaloradas - polêmicas envolvidas, para se compreender de que modo o conhecimento acumulado a partir desses princípios e métodos "tornou" o planeta tão antigo; são idéias que afetaram profundamente a visão atual sobre a duração e permanência da espécie humana na Terra.
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