Palavras-chave
Mudanças climáticas
Nordeste brasileiro
Como Citar
Resumo
O território hoje conhecido como Seridó, localizado entre Rio Grande do Norte e Paraíba, é uma das regiões de clima semi-árido com condições mais severas do país, com médias anuais de precipitação que não ultrapassam 1.000 mm. Entretanto, a presença de evidências arqueológicas próximas aos principais canais de drenagem, como pinturas rupestres retratando embarcações fluviais, revela um passado com condições bem mais úmidas. Dados isotópicos em espeleotemas e fósseis de plantas e animais registraram a instalação do bioma Caatinga durante o Holoceno. A ocorrência de associações fossilíferas pleisto-holocênicas típicas de ambientes aquáticos (e.g. Hydrochoerus hydrochaeris e Tapirus terrestres), hoje extintos, e datações de radiocarbono em vestígios arqueológicos, confirmam as relações paleoecológicas e as posicionam no tempo profundo. Assim, o presente trabalho sintetiza o estado da arte acerca das relações paleoambientais sob uma perspectiva transdisciplinar e projeta a evolução da paisagem seridoense em uma perspectiva global nos últimos 13 mil anos.
Referências
Ab'Saber, A. N. (1967). Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. Orientação, (3), 45-48. URL: biblio.fflch.usp.br/AbSaber_AN_1346202_DominiosMorfoclimaticos.pdf. Acesso 04.08.22.
Accioly, L. D. O. (2010). Degradação do solo e desertificação no Nordeste do Brasil. Embrapa Solos-Artigo de divulgação na mídia (Infoteca-E). URL: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/876529/1/DegradaAEodoSoloeDesertificaAEonoNordestedoBrasilPortalDiadeCampo.pdf. Acesso 04.08.2022.
Amorim, I. L. D., Sampaio, E. V. D. S. B., & Araújo, E. D. L. (2009). Fenologia de espécies lenhosas da caatinga do Seridó, RN. Revista Árvore, 33, 491-499.
Amorim, R. F. (2015). Integração entre dinâmicas geomorfológicas multitemporais no planalto da Borborema, semiárido do NE do Brasil. Recife: Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 193p. (Tese Doutorado). URL: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16934. Acesso 21.02.22.
Araújo-Júnior, H. I., & Porpino, K. O. (2011). Assembleias fossilíferas de mamíferos do Quaternário do Estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil: diversidade e aspectos tafonômicos e paleoecológicos. Pesquisas em Geociências, 38(1), 67-83. doi: 10.22456/1807-9806.23836.
Barbosa, F. (1953). Inscrições indígenas gravadas no Riacho do Bojo. João Pessoa: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, 12, 109-12.
Borrero, L. A. (2015). The process of human colonization of Southern South America: Migration, peopling and “The Archaeology of Place”. Journal of Anthropological Archaeology, 38, 46-51. doi: 10.1016/j.jaa.2014.09.006
Brandão, G. K. E., Tavares, B. D. A. C. (2020). Análise paleoambiental do contexto fluvial do vale do rio Carnaúba: navegabilidade pretérita associada às imagens de pirogas presentes no contexto arqueológico da área arqueológica do Seridó, Carnaúba dos Dantas, RN. Revista Noctua. Arqueologia e Patrimônio. 2(5), 83-105. doi: 10.26892/noctua.v2i5p83-105.
Bromham, L., & Penny, D. (2003). The modern molecular clock. Nature Reviews Genetics, 4(3), 216-224. doi: 10.1038/nrg1020.
Busschers, F. S., Kasse, C., Van Balen, R. T., Vandenberghe, J., Cohen, K. M., Weerts, H. J. T., ... & Bunnik, F. P. M. (2007). Late Pleistocene evolution of the Rhine-Meuse system in the southern North Sea basin: imprints of climate change, sea-level oscillation, and glacial isostasy. Quaternary Science Reviews, 26(25-28), 3216-3248. doi: 10.1016/j.quascirev.2007.07.013.
Caldas, L. H. O., Stattegger, K., & Vital, H. (2006). Holocene sea-level history: evidence from coastal sediments of the northern Rio Grande do Norte coast, NE Brazil. Marine Geology, 228(1-4), 39-53. doi: 10.1016/j.margeo.2005.12.008.
Cartelle, C. (1999). Pleistocene mammals of the Cerrado and Caatinga of Brazil. In: Eisenberg, J. F., & Redford, K. H. (Eds.). (1999). Mammals of the Neotropics. The University of Chicago Press. p. 27-46.
Cascudo, L. C. (1968). Nomes da Terra, história, geografia e toponímia do Rio Grande do Norte. Natal: Fundação José Augusto. 321p.
Chiverrell, R.C., Thrasher, I.M., Thomas, G.S., Lang, A., Scourse, J.D., van Landeghem, K.J., Mccarroll, D., ... & Ballantyne, C.K. (2013). Bayesian modeling the retreat of the Irish Sea Ice Stream. Journal of Quaternary Science, 28(2), 200-209. doi: 10.1002/jqs.2616.
Clark, C. D., Hughes, A. L. C., Greenwood, S. L., Jordan, C., & Sejrup, H. P. (2012). Pattern and timing of retreat of the last British-Irish Ice Sheet. Quaternary Science Reviews, 44(0), 112-146. doi: 10.1016/j.quascirev.2010.07.019.
Collins, M. B., Stanford, D. J., Lowery, D. L., & Bradley, B. A. (2013). North America before Clovis: variance in temporal/spatial cultural patterns, 27,000-13,000 cal yr BP. Paleoamerican Odyssey, 521-539.
Costa, T. C., de Oliveira, M. A., Accioly, L. J. D. O., & da Silva, F. H. (2009). Análise da degradação da caatinga no núcleo de desertificação do Seridó (RN/PB). Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 13, 961-974. doi: 10.1590/S1415-43662009000700020.
Costa, M. M. S. D. (2018). Gravuras rupestres na Bacia do Rio Piranhas/Açu: escolhas técnicas e morfológicas nos sítios arqueológicos do Córrego do Peixe, Jucurutu, RN, Brasil. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. (Dissert. Mestrado). 310p. URL: https://attena.ufpe.br/handle/123456789/39077. Acesso 02.02.22
Cruz, F.W., Vuille, M., Burns, S.J., Wang, X., Cheng, H., Werner, M., Nguyen, H. (2009). Orbitally driven east-west antiphasing of South American precipitation. Nat. Geosci. 2, 210-214. doi: 10.1038/ngeo444.
Dantas, J. A. (1924). Indícios de uma civilização antiqüíssima. Povoação de Carnaúba. Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. 200p.
Dantas, J. A. (1928). Inscripções lapidares no municipio de Picuhy. Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. 12p.
Dantas, M., Dutra, R., Cherkinsky, A., Fortier, D., Kamino, L., Cozzuol, M., . . . & Vieira, F. (2013). Paleoecology and radiocarbon dating of the Pleistocene megafauna of the Brazilian Intertropical Region. Quaternary Research, 79(1), 61-65. doi: 10.1016/j.yqres.2012.09.006.
Damasceno, J., & Souto, J. S. (2014). Indicadores biológicos do núcleo de desertificação do Seridó Ocidental da Paraíba. Revista de Geografia (UFPE), 31(1).
De Oliveira, P. E., Barreto, A. M. F., & Suguio, K. (1999). Late Pleistocene/Holocene climatic and vegetational history of the Brazilian caatinga: the fossil dunes of the middle São Francisco River. Paleogeography, Paleoclimatology, Palaeoecology, 152(3-4), 319-337. doi: 10.1016/S0031-0182(99)00061-9.
Dillehay, T. D., Ocampo, C., Saavedra, J., Sawakuchi, A. O., Vega, R. M., Pino, M., Collins, M. B., … & Dix, G. (2015). New archaeological evidence for an early human presence at Monte Verde, Chile. PloS one, 10(11). 1-27. doi: 10.1371/journal.pone.0145471.
Dixon, E. J. (2001). Human colonization of the Americas: timing, technology, and process. Quaternary Science Reviews, 20(1-3). 277-299. doi: 10.1016/S0277-3791(00)00116-5.
Fehren-Schmitz, L., Llamas, B., Tomasto, E., & Haak, W. (2011). El ADN antiguo y la historia del poblamiento temprano del oeste de Sudamérica: lo que hemos aprendido y hacia dónde vamos. Boletín De Arqueología PUCP, (15), 17-41. URL: https://revistas.pucp.edu.pe/index.php/boletindearqueologia/article/view/9077. Acesso 21.02.22
Fetter, R., Oliveira, C. D., Saito, C. H. (2010). As Chuvas na Microrregião Geográfica do Seridó: contribuições para a seleção de áreas nos estudos de mudanças climáticas da Rede Clima. Encontro da ANPPAS, Anais… Florianópolis, ANPPAS. v. 5.
Gomes, M.P., Vital, H. & Droxler, A.W. Terraces, reefs, and valleys along the Brazil northeast outer shelf: deglacial sea-level archive. Geo-Mar Lett 40, 699-711 (2020). doi: 10.1007/s00367-020-00666-4
Griffiths, M. L., Johnson, K. R., Pausata, F. S., White, J. C., Henderson, G. M., Wood, C. T., ... Sekhon, N. (2020). End of Green Sahara amplified mid-to-late Holocene megadroughts in mainland Southeast Asia. Nature communications, 11(1), 1-12. doi: 10.1038/s41467-020-17927-6.
Guidón, N., Delibrias, G. (1986). Carbon-14 dates point to a man in the Americas 32,000 years ago. Nature, 321(6072), 769-771. doi 10.1038/321769a0.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira. 2 ed. Rio de Janeiro: IBGE. 275p.
Martin, L., Fournier, M., Mourguiart, P., Sifeddine, A., Turcq, B., Flexor, J., & Absy, M. (1993). Southern Oscillation Signal in South American Palaeoclimatic Data of the Last 7000 Years. Quaternary Research, 39(3), 338-346. doi: 10.1006/qres.1993.1040
Martín, G. (1997). Pré-história do Nordeste do Brasil. 2 ed. Recife: Ed. Universitária UFPE. 450p.
Martín, G. (2008). Pré-história do Nordeste do Brasil. 5 ed. Recife: Ed. Universitária UFPE. 434p.
Martín, G., & Asón, I. (2018). Comunicação gráfica entre os indígenas do Nordeste do Brasil / Graphic communication between Brazilian northeast indigenous. Revista Nordestina de História do Brasil, 1(1), 46-65. doi: 10.17648/2596-0334-v1i1-991.
Martins, A. J. D. A., Oliveira, D. L. de, Costa, M. M. S. da, & Santos Júnior, V. dos. (2020). As gravuras rupestres da área arqueológica do Seridó, no estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Clio Arqueológica, 35(3), 170-198. doi: 10.20891/clio.V35N3p170-198.
Mutzenberg, D. D. S. (2007). Gênese e ocupação pré-histórica do Sítio Arqueológico Pedra do Alexandre: uma abordagem a partir da caracterização paleoambiental do vale do Rio Carnaúba-RN. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. (Dissert. Mestrado). 156p. URL: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/698. Acesso 04.08.22.
Neto, M., & Fernandes, E. (2016). Instabilidade emergente e aspectos de degradação ambiental da bacia hidrográfica do Rio Seridó (RN/PB, Brasil). Revista de Geografia, 33(1), 84-97.
Nogueira, N. C. S. (2016). As representações rupestres dos adornos de cabeça nos antropomorfos na área arqueológica do Seridó-RN. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. (Dissert. Mestrado). 147p. URL: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25771. Acesso 15.07.22
Oliveira, A. M., Amorim, R. F., & Costa, D. F. S. (2018). Implicações das oscilações climáticas do Quaternário tardio na evolução da fisionomia da vegetação do semiárido do Nordeste Setentrional. Revista de Geociências do Nordeste, 4, 50-65. doi: 10.21680/2447-3359.2018v4n0ID16082.
Pessenda, L. C. R., Gouveia, S. E. M., de Souza Ribeiro, A., Oliveira, P. E. de, & Aravena, R. (2010). Late Pleistocene and Holocene vegetation changes in northeastern Brazil were determined from carbon isotopes and charcoal records in soils. Paleogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, 297(3-4), 597-608. doi: 10.1016/j.palaeo.2010.09.008.
Pessis, A. M., & Guidon, N. (2009). Dating rock art paintings in Serra de Capivara National Park. Adoranten, 1, 49-59.
Peteet, D. (1995). Global younger dryas? Quaternary International. 28, 93-104. doi: 10.1016/1040-6182(95)00049-O.
Pfaltzgraff, P. A. D. S., Torres, F. S. D. M. (2010). Geodiversidade do estado do Rio Grande do Norte. Rio de Janeiro: Serviço Geológico do Brasil. 231p.
Politis, G. G., Gutiérrez, M. A., Rafuse, D. J., & Blasi, A. (2016). The arrival of Homo sapiens into the Southern Cone at 14,000 years ago. PLoS One, 11(9). 1-27. doi: 10.1371/journal.pone.0162870.
Posth, C., Nakatsuka, N., Lazaridis, I., Skoglund, P., Mallick, S., Lamnidis, T. C., ... & Reich, D. (2018). Reconstructing the deep population history of Central and South America. Cell, 175(5), 1185-1197. doi: 10.1016/j.cell.2018.10.027.
Prado, D. E., Gibbs, P. E. (1993). Patterns of species distributions in the dry seasonal forests of South America. Annals of the Missouri Botanical Garden, 902-927. doi: 10.2307/2399937.
Prous, A. (1992). Arqueologia Brasileira. Brasília: Ed. UnB. 605p.
Redmond, B. G., McDonald, H. G., Greenfield, H. J., & Burr, M. L. (2012). New evidence for Late Pleistocene human exploitation of Jefferson's Ground Sloth (Megalonyx jeffersonii) from northern Ohio, USA. World Archaeology, 44(1), 75-101. doi: 10.1080/00438243.2012.647576.
Rios, C., & Santos Júnior, V. dos. (2014). Hipóteses sobre um conjunto de grafismos rupestres no Rio Grande do Norte, Brasil. Clio Arqueológica, 29(1), 31-44. URL: https://periodicos.ufpe.br/revistas/clioarqueologica/article/view/246609. Acesso 04.08.22.
Rothhammer, F., & Dillehay, T. (2009). The late Pleistocene colonization of South America: an interdisciplinary perspective. Annals of Human Genetics, 73, 540-549. doi: 10.1111/j.1469-1809.2009.00537.x.
Santos, V., Porpino, K., & Sanderson, A. (2008). A megafauna extinta e os artefatos culturais de um tanque natural na região central do Rio Grande do Norte. Revista Contexto, 3(3), 176-193.
Santos, M. F. C. F. dos (2006). Geologia e paleontologia de depósitos fossilíferos pleistocênicos do Rio Grande do Norte. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 81p. (Dissert. Mestrado). URL: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/18830. Acesso 30.04.22.
Santana, J. A. S., Vieira, F. A., Pacheco, M. V., & Oliveira, P. R. S. (2011). Padrão de distribuição e estrutura diamétrica de Caesalpinia pyramidalis Tul, (Catingueira) na Caatinga do Seridó. Revista de Biologia e Ciências da Terra, 11(1), 116-122.
Soares, D. B., Mota Filho, F. D. O., & Nóbrega, R. S. (2011). Sobre o processo de desertificação. Revista Brasileira de Geografia Física, 4(1), 174-188. doi: 10.26848/rbgf.v4i1.232699.
Tavares, C. F., Cardoso, D. C. F., Nascimento, M. A. L., & Cordeiro, I. V. S. (2022). O Seridó no início do Holoceno. Revista Espeleologia Digital, 1(3), 53-61.
Tierney, J. E., Pausata, F. S. R., & Demenocal, P.B. (2017). Rainfall regimes of the Green Sahara. Science Advances, 3(1), 1-9. doi: 10.1126/sciadv.1601503.
Utida, G., Cruz, F. W., Santos, R. V., Sawakuchi, A. O., Wang, H., Pessenda, L. C., Novello, V. F., ... & Edwards, R. L. (2020). Climate changes in Northeastern Brazil from deglacial to Meghalayan periods and related environmental impacts. Quaternary Science Reviews, 250, 1-18. doi: 10.1016/j.quascirev.2020.106655.
Vialou, D., Benabdelhadi, M., Feathers, J., Fontugne, M., & Vialou, A. V. (2017). Peopling South America's center: the late Pleistocene site of Santa Elina. Antiquity, 91(358), 865-884. doi: 10.15184/aqy.2017.101.
Voris, H. K. (2000). Maps of Pleistocene sea levels in Southeast Asia: shorelines, river systems, and time durations. Journal of Biogeography, 27(5), 1153-1167. doi: 10.1046/j.1365-2699.2000.00489.x.
Waters, M. R. (2019). Late Pleistocene exploration and settlement of the Americas by modern humans. Science, 365(6449). 1-11. doi: 10.1126/science.aat5447.
Yee, M., Tatumi, S. H., Suguio, K., Barreto, A. M. F., Munita, C. S., & Paiva, R. P. (2003). Thermoluminescence (TL) dating of inactive dunes from the Rio Grande do Norte coast, Brazil. Journal of Coastal Research, Special Issue (35), 293-299. URL: http://repositorio.ipen.br/handle/123456789/13288. Acesso 22.09.2022.
Zular, A., Utida, G., Cruz, F. W., Sawakuchi, A. O., Wang, H., Bícego, M., & Mendes, V. R. (2018). The effects of mid-Holocene fluvial-eolian interplay and coastal dynamics on the formation of dune-dammed lakes in NE Brazil. Quaternary Science Reviews, 196, 137-153. doi: 10.1016/j.quascirev.2018.07.022.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Terrae Didatica
Downloads
