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Preparação físico-química de esqueleto submerso encontrado na Caverna Poço Azul, Bahia
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Palavras-chave

Preparação fóssil. Fóssil submerso. Chapada diamantina. Mammalia. Xenarthra. Eremotherium laurillardi

Como Citar

VASCONCELOS, André Gomide; SANTOS, Luciano Vilaboim; KRAEME, Bruno Machado. Preparação físico-química de esqueleto submerso encontrado na Caverna Poço Azul, Bahia. Terrae Didatica, Campinas, SP, v. 12, n. 3, p. 163–171, 2016. DOI: 10.20396/td.v12i3.8647894. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/td/article/view/8647894. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

A preparação de fósseis é uma tarefa minuciosa, visto que qualquer procedimento incorreto pode causar danos irremediáveis às peças. Alguns autores brasileiros desenvolveram técnicas de preparação que permitem separar os restos esqueletais da rocha que os envolvem. Grande parte dos trabalhos no preparo de fósseis de paleovertebrados, por exemplo, concentram sua tônica no preparo de ictiólitos, assim é preciso desenvolver metodologias próprias para os outros grupos de paleovertebrados. O material deste estudo foi descoberto submerso na caverna Poço Azul do Milú, Bahia. Dentre o material, foi encontrado um esqueleto de preguiça-gigante, Eremotherium laurillardi (Lund, 1842). Tal pesquisa consiste na descrição de uma metodologia de preparação do material supracitado. A fase inicial deu-se com limpeza e estabilização do fóssil, que passou por dois banhos de acetato de polivinila, diluído em água. Após a secagem do material, iniciou-se a restauração das peças desarticuladas. Para isso foi utilizado acetato de polivinila, adesivo de cianoacrilato, gesso e estilete. Devido a seu peso e por ser um material mais fácil de partir-se, o gesso foi substituído pelo poliuretano para a confecção das camas de acomodação. Com as peças preparadas e acomodadas foi possível manuseá-las com maior segurança. Visto que o processo de fossilização do mesmo se deu em ambiente aquático ainda em atividade, o material fóssil apresenta-se melhor preservado em seus detalhes morfológicos. O que foge ao padrão dos achados de Eremotherium laurillardi, todos encontrados em ambientes já secos, sofrendo assim interferência maior do meio cárstico.

https://doi.org/10.20396/td.v12i3.8647894
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