Resumo
Neste artigo, apresentam-se dados sobre a pesquisa Produção de textos nas séries iniciais: evidências fonológicas e de textualidade, que obteve um corpus formado por 1649 textos de 227 crianças de 2ª, 3ª e 4ª séries de escolas da rede privada de ensino (Fronza, 2004a, 2004b e 2004c). Nos textos, foram identificadas palavras cuja escrita diferenciava-se das convenções ortográficas. As diferenças foram classificadas a partir de uma adaptação de Cagliari (1997), obtendo-se um levantamento de alterações ortográficas ou convencionais e de alterações fonológicas (cf. Varella e Cesaro, 2004), tendo sido considerados seus contextos referentes à posição que ocupam na estrutura da sílaba e da palavra. Após a identificação das alterações e das indicações de progressos significativos a cada coleta e de uma série para outra, com a diminuição de palavras alteradas, o estudo centrou-se nas ocorrências fonológicas, representadas pela MES (Modificação na Estrutura Segmental, cf. Cagliari, 1997). Nos casos de MES, são consideradas as alterações de MESE (MES de Escrita), indicando casos em que há mudança de significado da escrita para a leitura e de MESF (MES de Fala), que se refere às ocorrências da escrita muito semelhantes às faladas por crianças de 2 a 4 anos. Diante desses textos, com uma produção variada e rica, fez-se um estudo sobre a relação entre as alterações de MES e as indicações de textualidade, verificando em que medida tais alterações prejudicaram os textos quanto à coesão, à coerência e à informatividade (Beaugrande e Dressler, 1997). As reflexões e constatações desses estudos oferecem contribuições diretas para a compreensão da forma como as crianças representam graficamente o sistema fonológico da língua, o qual já é de domínio da maioria delas na modalidade oral, a fim de promover um acompanhamento positivo na superação das dificuldades fonológicas, entendendo que as dificuldades ortográficas se estendem pelos anos de escolarização. Palavras-chave: fala; escrita; fonologia; ensino.O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:
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