Banner Portal
Como ser feliz no meio de anglicismos: processos transglóssicos e transculturais
Remoto

Palavras-chave

Inglês no cotidiano brasileiro. Anglicismos. Processos transglóssicos e culturais

Como Citar

ASSIS-PETERSON, Ana Antônia. Como ser feliz no meio de anglicismos: processos transglóssicos e transculturais. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 47, n. 2, p. 323–340, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645165. Acesso em: 7 maio. 2024.

Resumo

Neste artigo, mediante o uso de entrevistas informais com vinte proprietários de casas comerciais, busco entender suas razões para nomear seus estabelecimentos com expressões ou traços da língua inglesa. Examino também, à luz das noções de transglossia e transculturalidade, de que forma estruturas lexicais e sintáticas do inglês, visíveis nos nomes de casas comerciais, são traduzidas/transformadas por falantes de português brasileiro para significar algo. Seria a noção de neo-imperialismo made in USA transposta para o domínio lingüístico conciliável com as noções de transglossia e transculturalidade, pensadas por Cox e Assis-Peterson (2006, 2007)? Teria o homem comum algo a dizer ao político e ao cientista da linguagem, como defende Rajagopalan (2004)? Por meio das noções de transglossia e transculturalidade foi possível perceber marcas da desterritorialização do inglês ao ser usado em contexto brasileiro por pessoas do comércio. Os signos se mostraram mestiços, evidenciando processos lexicais e sintáticos que transitam entre o português e o inglês. A marca transglóssica dos signos mestiços é marca transcultural que não é meramente deglutida, mas remastigada e lançada em novas formas e sentido

ABSTRACT:

In this paper, through the use of informal interviews with twenty owners of commercial stores I seek to understand their reasons to use English features or expressions in the names of their stores. I also examine under the light of the notions of transglossia and transculturality in which ways English lexical and syntactical structures in the names of commercial stores are translated/transformed by Brazilian Portuguese native speakers to mean something. Would the notion of neo-imperialism made in USA transposed to the linguistic domain be reconciliable with the notions of transglossia and transculturality proposed by Cox and Assis-Peterson (2006, 2007)? Would the ordinary man have something to say to the politician and to the language scientist as argued by Rajagopalan (2004)? Through the notions of transglossia and transculturality it was possible to notice marks of deterritorialization of English to be used in the Brazilian context by people of commerce. The signs revealed to be mestizo showing lexical and syntactical processes that go back and forth between Portuguese and English. The transglossic mark of mestizo signs is the transcultural mark that is not merely swallowed but chewed and thrown out in new forms and meanings

Keywords:

English in the daily life of Brazilians; anglicisms; transglossic and transcultural processes.

Remoto

Referências

COX, M. I. P. (2001). Crique aqui: um signo mestiço. Signum, v. 04, p. 84-112.

COX, M. I. P.; ASSIS-PETERSON, A. A. (1999). Critical Pedagogy in ELT: Images of Brazilian Teachers of English. TESOL Quarterly v. 33, n.3, p. 433 - 452.

_______. (2001). O professor de inglês (entre a alienação e a emancipação). Linguagem e Ensino, v. 4, n. 1, p. 11-36.

_______. (2006). The notion of transglossia and the phenomenon of linguistic mestizations in contemporary societies. ANPOLL, n. 20, p. 131-151.

_______. (2007). Transculturalidade & Transglossia: para compreender o fenômeno das fricções lingüístico-culturais em sociedades contemporâneas sem nostalgia. In: Bortoni-Ricardo, Stella M. e Cavalcanti, Marilda C. (orgs.), Transculturalidade, Linguagem e Educação. Campinas, SP: Mercado de Letras, p. 23-43.

CRYSTAL, D. (1988). Dicionário de Lingüística e Fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

DUBNER, S. J.; LEVITT, S. D. (2005). Freakconomics: o lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta. Rio de Janeiro, RJ: Editora Campos.

ECO, U. (1984) Viagem na irrealidade cotidiana. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira.

FARACO, C. A. (org.) (2001). Estrangeirismos - guerras em torno da língua. São Paulo: Ed. Parábola.

GARCEZ, P. M.; ZILLES, A. M. S. (2001). Estrangeirismos: desejos e ameaças. In: Faraco, Carlos Alberto (org.), Estrangeirismos - guerras em torno da língua. São Paulo: Ed. Parábola, p. 15-36. JUSTINA, O. D. (2006). Presença e Uso de Anglicismos no Cotidiano Brasileiro: a visão de pessoas comuns. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagem). Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT.

MILROY, J. (2004) ). O Lingüista e as Atitudes Públicas frente à Linguagem. In: SILVA, Fábio Lopes e RAJAGOPALAN, Kanavillil (orgs.), A Lingüística que nos faz Falhar: investigação crítica. São Paulo, SP: Parábola Editorial, p. 97-100.

MAFFESOLI, Michel (1988). O Conhecimento Comum. São Paulo: Brasiliense.

NDEBELE, N.S. (1987). The English language and social change in South Africa. The English Academy Review 4, p. 1-16.

OLIVEIRA E PAIVA, V. L. M. de (1996). A Língua Inglesa no Brasil e no Mundo. In: OLIVEIRA E PAIVA, Vera Lúcia Menezes de (org.), Ensino de Língua Inglesa: reflexões e práticas. Campinas, SP: Ed. Pontes, p. 9-29.

ORTON, B.; TOOHEY, K. (orgs.) (2004). Critical Pedagogies and Language Learning. Cambridge: Cambridge University Press.

ORLANDI, E. P. (1998). Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis , RJ: Vozes Editora.

ORTIZ, R. (2003). Mundialização da Cultura. São Paulo: Brasiliense. (Primeira edição em 1994).

PÊCHEUX, M. (1988). Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. São Paulo: Campinas: Editora da Unicamp.

PENNYCOOK, A. (1994). The Cultural Politics of English as an International Language. London and New York: Longman.

PHILLIPPSON, R. (1992). Linguistic Imperialism. Oxford: Oxford University Press.

RAJAGOPALAN, K. (2004). Línguas Nacionais como Bandeiras Patrióticas, ou a Lingüística que nos deixou na mão: observando mais de perto o chauvinismo lingüístico emergente no Brasil. In: SILVA, Fábio Lopes e RAJAGOPALAN, Kanavillil (org.), A Lingüística que nos faz Falhar: investigação crítica. São Paulo, SP: Parábola Editorial, p. 11-38.

SILVA, F. L. e RAJAGOPALAN, K. (org.) (2004). A Lingüística que nos faz Falhar: investigação crítica.

São Paulo, SP: Parábola Editorial.

ZACCHI, V. J. (2006). Discursos da Globalização nas Vozes de Professores e Professoras de Língua Inglesa. Trabalhos em Lingüística Aplicada, v. 45, n. 1, p. 9-27.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.