Banner Portal
Do patológico ao cultural na surdez: para além de um e de outro ou para uma reflexão crítica dos paradigmas
Remoto

Palavras-chave

Educação de surdos. Culturas e identidades surdas. Lingua brasileira de sinais

Como Citar

GESSER, Audrei. Do patológico ao cultural na surdez: para além de um e de outro ou para uma reflexão crítica dos paradigmas. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 47, n. 1, p. 223–239, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645205. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este artigo tem como objetivo fazer uma discussão relacionada a dois paradigmas ideológicos na educação dos surdos, a saber, o patológico e o cultural. Para abordar esta questão, aponto a importância de discutir conceitos-termos como deficiente-auditivo, surdo-mudo, e mudo com o intuito de desconstruir as conotações negativas que esses nomes implicam na representação social e na identidade cultural dos indivíduos surdos. Além disso, será mostrado como tais visões estão presentes nos ambientes sociais, especialmente na interação de sala de aula entre professores surdos e alunos ouvintes. Os registros são gerados e analisados através de perspectivas etnográficas em contextos de ensino de Língua Brasileira de Sinais

ABSRACT:

This paper aims at making a discussion regarding two main ideological paradigms in deaf education, namely, pathological and cultural. To accomplish that, I point out the importance of discussing concepts such hearing impaired, deaf-mute, and mute in order to deconstruct the negative connotations these names imply in the social representation and cultural identity of deaf individuals. In addition, it will be shown how these views are present in social environments, specially in the classroom interaction between deaf teachers and hearing students. The data is generated and analyzed through ethnographic perspectives in Brazilian Sign Language teaching contexts.

Keywords: deaf education; deaf cultures and identities; brazilian sign language

Remoto

Referências

BAYTON, C. D. (1996). Forbidden sign: American culture and the campaign against sign language.

Chicago: The University of Chicago Press.

BHABHA, H. K. (1992). Post colonial criticism. In: GREENBLATT, S. & GUNN, G. (Eds.). Redrawing the boundaries: the transformation of English and American literary studies. New York: Modern Language Association.

_______. (2000). Minority culture and creative anxiety. Disponível em: .

_______. (2003). Local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG.

BOTELHO, P. (1998). Segredos e silêncios na educação dos surdos. Belo Horizonte: Autêntica.

CARVALHO, R. E. (2003). A incorporação das tecnologias na educação especial para a construção do conhecimento. In: SILVA, S. & VIZIM, M. (Orgs.). Educação Especial: Múltiplas leituras e diferentes significados. São Paulo: Mercado de Letras.

DE CERTEAU, M. (1994). A invenção do cotidiano – Artes de fazer. São Paulo: Vozes.

_______. (1995). A Cultura no plural. Campinas: Papirus.

_______. (1996). A invenção do cotidiano – Artes de cozer. São Paulo: Vozes.

ERICKSON, F. (1986). Qualitative methods in research on teaching. In: WITTROCK, M. C. (Org.).

Handbook of research on teaching. New York: MacMillan.

_______. (1992). Ethnographic microanalysis of interaction. In: LECOMPTE, M. D., MILLROY, W. L. & PREISSLE, J. (Eds.). The handbook of qualitative research in education. New York: Academic Press. GESSER, A. (1999). Teaching and learning Brazilian Sign Language as a foreign language: a microethnographic description. Dissertação de mestrado inédita, Florianópolis: UFSC.

_______. (2006). “Um olho no professor surdo e outro na caneta”: ouvintes aprendendo a Língua Brasileira de Sinais. Tese de doutorado inédita, Campinas: Unicamp.

HALL, S. (2003a). Pensando a diáspora: reflexões sobre a terra no exterior. In: SOVIK, L. (Org.). Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG.

_______. (2003b). Questão multicultural. In: SOVIK, L. (Org.). Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG.

_______. (2003c). Que “negro” é esse na cultura negra? In: SOVIK, L. (Org.). Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG.

LADD, P. (2003). Understanding deaf culture: in search of deafhood. Clevedon/USA: Multilingual Matters Ltd.

LANE, H. (1992). The mask of benevolence. San Diego: DawnSignPress.

LANE, H., HOFFMEISTER, R. & BAHAN, B. (1996). A journey into the deaf-world. San Diego: DawnSignPress.

MAHER, T. M. (1996). Ser professor sendo índio: questões de lingua(gem) e identidade. Tese de Doutorado Inédita. Campinas: Unicamp.

MCLAREN, P. (2000). Multiculturalismo crítico. São Paulo: Cortez.

PADDEN, C. & HUMPHRIES, T. (1988). Deaf in America: voices from a culture. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.

QUADROS, R. M. (2002). O tradutor e intéprete da língua brasileira de sinais e língua portuguesa.

Brasília: MEC/SEESP.

SILVA, I. R. (2005). As representações do surdo na escola e na família: entre a (in)visibilização da diferença e da ‘deficiência’. Tese de doutorado inédita, Campinas: Unicamp.

SKLIAR, C. B. (1997). A educação para os surdos: Entre a pedagogia especial e as politicas para as diferenças. Anais do seminário: desafios e possibilidades na educação bilíngüe para surdos, 21 a 23 de julho, p. 32-47. Rio de Janeiro: Ed. Lítera Maciel Ltda.

SKLIAR, C. B. (2003). Perspectivas políticas e pedagógicas da educação bilíngüe para surdos. In: SILVA, S. & VIZIM, M. (Orgs.). Educação Especial: múltiplas leituras e diferentes significados.

São Paulo: Mercado de Letras.

_______. (2006). A inclusão que é “nossa” e a diferença que é do “outro”. In: RODRIGUES, D.

(Org.). Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.