Banner Portal
Discurso sobre Literaturas de Língua Inglesa: uma análise baseada em ferramentas da Linguística de Corpus
Remoto

Palavras-chave

Professores universitários de literaturas de língua inglesa. Discursos. Ferramentas computacionais

Como Citar

MENEZES, Danielle De Almeida. Discurso sobre Literaturas de Língua Inglesa: uma análise baseada em ferramentas da Linguística de Corpus. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 50, n. 1, p. 97–118, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8645342. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este artigo analisa o discurso de professores universitários de literaturas de língua inglesa, a fim de identificar como estes caracterizam seu discurso sobre literatura e ensino, com base em ferramentas computacionais. Para tanto, a fim de direcionar a análise de dados, recorre-se às noções de linguagem e discurso, em uma perspectiva dialógico-sistêmico-funcional, bem como a uma visão de análise do discurso enquanto atividade multidisciplinar (BAKHTIN, 1979 [1930]; 2006 [1979]; CHOULIARAKI e FAIRCLOUGH, 2001; FAIRCLOUGH, 2001; HALLIDAY, 1994). A geração dos dados se deu a partir de entrevistas semiestruturadas com dez professores de instituições de ensino superior, públicas e privadas, localizadas em diferentes partes da cidade do Rio de Janeiro. Essas entrevistas são analisadas qualitativamente com a ajuda de ferramentas da linguística de corpus (BERBER SARDINHA, 2004; OLIVEIRA, 2009; TOGNINI-BONELLI, 2001; VIANA, 2008). Tendo por base as linhas de concordância geradas para palavras-chave encontradas por meio do programa WordSmith Tools (SCOTT, 1999) para cada entrevista, foi possível perceber que cinco dimensões parecem caracterizar o discurso dos participantes: ontológica, metodológica, institucional, cognitiva e sócio-histórica. Entre as implicações desse estudo para o conhecimento científico, aponta-se a real necessidade de se investigar questões relacionadas à sala de aula de literatura, seguindo uma tradição já amplamente praticada por professores de língua (cf. RAJAGOPALAN, 2001; JORDÃO, 2004; PAIVA, 2005; GIEVE e MILLER, 2006; MICCOLI, 2007).

Abstract:

This article analyzes the discourse of university teachers of literature in English in order to identify how they characterize their discourse about literature and teaching, based on computational tools. To this end, in order to guide the data analysis, the study resorts to the notions of language and discourse, from a dialogic and systemic-functional perspective, as well as the view of discourse analysis as a multidisciplinary activity (BAKHTIN, 1979 [1930]; 2006 [1979]; CHOULIARAKI and FAIRCLOUGH, 2001; FAIRCLOUGH, 2001; HALLIDAY, 1994). The data for the present research were generated by means of semi-structured interviews with ten university teachers of public and private institutions from different districts in the city of Rio de Janeiro. These interviews are qualitatively analyzed with the support of corpus-linguistic tools (BERBER SARDINHA, 2004; OLIVEIRA, 2009; TOGNINI-BONELLI, 2001; VIANA, 2008). Based on concordance lines generated for the keywords found by means of the software WordSmith Tools (SCOTT, 1999) for each interview, it was possible to notice that five dimensions seem to characterize the participants’ discourse: ontological, methodological, institutional, cognitive and socio-historical. Among the implications of this study to scientific knowledge is the real need to investigate issues related to the literature classroom, following a tradition which is commonly implemented by language teachers (cf. RAJAGOPALAN, 2001; JORDÃO, 2004; PAIVA, 2005; GIEVE E MILLER, 2006; MICCOLI, 2007).

Keywords: university teachers of literature in English; discourses; computational tools.

Remoto

Referências

BAKER, P. (2004). Querying keywords: questions of difference, frequency, and sense in keywords analysis. In: Journal of English Linguistics. v. 32, n. 4, p. 346-359.

BAKHTIN, M. (1930). Marxismo e Filosofia da Linguagem. (tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira). São Paulo: Editora Hucitec, 1979.

_____. (1979). Adendo – Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. (tradução de Paulo Bezerra).

São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BARLOW, M. (1996). Corpora for Theory and Practice. In: International Journal of Corpus Linguistics. v. 1, n.

, John Benjamins Publishing Co., p. 1-37.

BERBER SARDINHA, B. (2004). Linguística de Corpus. Manole: São Paulo.

BIBER, D., CONRAD, S. & REPPEN, R. (1998). Corpus Linguistics: Investigating Language Structure and Use. Cambridge: CUP.

CHOULIARAKI, L.; FAIRCLOUGH, N. (2001). Chapter 8: Critical Discourse Analysis and Linguistics. In: Discourse in Late Modernity: Rethinking Critical Discourse Analysis. Edinburgh: Edinburgh Univesity Press, p. 139-155.

FAIRCLOUGH, N. (2001). Discurso e mudança social. Brasília: Editora Universidade de Brasília.

GIEVE, S.; MILLER, I. K. (ed.). (2006). Understanding the language classroom. Hampshire, United Kingdom: Palgrave Macmillan, p. 18-46.

GONÇALVES, L. (2008). Linguística de Corpus e análise literária: o que revelam as palavras-chave. In: TAGNIN, S.; VALE, O. (orgs.) Avanços da Linguística de Corpus no Brasil. São Paulo: Humanitas, p.

-405 GRIGOLETTO, M. (2001). Língua e identidade: Representações da língua estrangeira no discurso de futuros professores de língua inglesa. In: CARMAGNANI, A. M. G.; GRIGOLETTO, M. (org.). Inglês como língua estrangeira: identidade, práticas e textualidade. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP, p. 135- 152.

HALLIDAY, M. A. K. (1994). An introduction to functional grammar (2nd ed.). London: Arnold.

HALLIDAY, M. A. K.; HASAN. (1989). Language, Context, and Text: Aspects of Language in a Social-semiotic Perspective. Oxford: OUP.

HUNSTON, S. (2005). Corpora in Applied Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press.

JORDÃO, C. M. (2004). A língua inglesa como ‘commodity’: direito ou dever de todos? In: ROMANOWSKY, J.; MARTINS, P.; JUNQUEIRA, S. (org.). Conhecimento Local e Conhecimento Universal. 1 ed. Curitiba: Champagnat, v. 3, p. 287-296.

JORGE, M. L. S. (2001). Prática de Ensino de Inglês: o estágio como experiência integradora da teoria, reflexão e prática. In: CARMAGNANI, A. M. G.; GRIGOLETTO, M. (org.). Inglês como língua estrangeira: identidade, práticas e textualidade. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP, p. 499-508.

KEYS, K. J. (2001). First language influence on spoken English of Brazilian students of EFL: preliminary results of a longitudinal study. In: CARMAGNANI, A. M. G.; GRIGOLETTO, M. (org.). Inglês como língua estrangeira: identidade, práticas e textualidade. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP, p. 439-448 LÉVINAS, E. ( [1972). Humanismo do outro homem. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. (2001). Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU.

MENEZES, D. A.; ZYNGIER, S. (2009). Reflexões sobre o ensino de literaturas de língua inglesa no Brasil: um estudo diacrônico. In: ZYNGIER, S.; VIANA, V.; JANDRE, J. (org.) Linguagem, Criatividade & Ensino: Abordagens Empíricas e Interdisciplinares. Rio de Janeiro: Publit Soluções Editoriais, p. 275-294.

MICCOLI, L. (2007). Experiências de professores no ensino da língua inglesa. In: Linguagem & Ensino. v. 10, n.1, jan./jul., p. 47-86.

OLIVEIRA, L. P. (2009). Linguística de Corpus: teoria, interfaces e aplicações. In: Matraga. v. 16, n. 24, jan/ jun., p. 48-76.

PAIVA, V. L. M. O. (2005). Refletindo sobre estilos, inteligências múltiplas e estratégias de aprendizagem.

In: PAIVA,V. M. O. (org.). Práticas de ensino e aprendizagem de inglês com foco na autonomia. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, p. 11-30.

RAJAGOPALAN, K. (2001a). Transdisciplinarity in the teaching of English as a foreign language. In: CARMAGNANI, A. M. G.; GRIGOLETTO, M. (org.). Inglês como língua estrangeira: identidade, práticas e textualidade. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, p. 23-28.

_____, (2001b). ELT classroom as an arena for identity clashes. In: CARMAGNANI, A. M. G.; GRIGOLETTO, M. (org.). Inglês como língua estrangeira: identidade, práticas e textualidade. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP, p. 79-90.

RICHARDS, J. C.; RODGERS, T. S. (2001) Approaches and Methods in Language Teaching. Cambridge UK: Cambridge University Press.

ROLLEMBERG, A. T. V. M. (2008). Dedicação, frustração, sucesso, dúvidas – construção de identidades profissionais nas narrativas de professores de inglês. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

SÁ CAMPOS, L. M. H. (1987). A licenciatura em Letras – Deficiências e potencialidades. Pespectiva Sóciohistórico-pedagógica.

Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro – Centro de Filosofia e Ciências Humanas – Faculdadade de Educação.

SCOTT, M. (1999). WordSmith Tools, versão 3.0. Oxford: Oxford University Press.

TAGNIN, S.; TEIXEIRA, E. (2004). British vs. American English, Brazilian vs. European Portuguese: how close or how far apart? – a corpus-driven study. In: LEWANDOWSKA-TOMASZCZYK, B. (ed.) Practical applications in language and computers (PALC 2003). Frankfurt am Main: Peter Lang, p. 193-208.

THOMPSON, G; HUNSTON, S. (2006). System and corpus: two traditions with a common ground. In: THOMPSON, G; HUNSTON, S. (eds.) System and Corpus: exploring connections. London: Equinox Publishing Ltd., p. 1-14.

TOGNINI-BONELLI, E. (2001). Corpus linguistics at work. Amsterdam: John Benjamins.

TRAPPES-LOMAX, H. (2004). Discourse analysis. In: DAVIES, A.; ELDER, C. (eds.). The handbook of applied linguistics. Malden, MA; Blackwell, p. 133-164.

VIANA, V. P. (2008). Verbos modais em contraste: análise de corpus da escrita de universitários em inglês. Rio de Janeiro. 247fl. Dissertação de Mestrado – Departamento de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

VIANA, V.; TAGNIN, S. (2011). Corpora no ensino de línguas estrangeiras. São Paulo: Hub Editoria ZYNGIER, S. (2003). A pedagogia crítica, a estilística e o ensino da literaturas de língua inglesa. In: STEVENS, C. M. T e CUNHA, J. C. Caminhos e colheita: ensino e pesquisa na área de inglês no Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília, p. 107-126.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.