Resumo
Poderíamos pensar em outra política que não fosse meramente a gestão das fobias? Como a dimensão de uma certa fobia perpassa os processos de reconhecimento nas lutas políticas de esquerda atualmente? Como essa fobia se embrinca com o estatuto desigual da condição de humano, que determina afetos, existências e violências? De que modo enquadramentos, interpretações e enunciações sobre a vida determinam e são determinados pelas relações de contradição, subordinação e desigualdade em que os discursos se constituem, se formulam e circulam? Elaboramos essas questões a partir da inquietação diante de um conjunto de imagens e de um cruzamento de leituras que nos permite questionar não a polêmica em torno de posições cerradas que envolvem a sua interpretação, mas a partir de um quadro maior, que vai de encontro ao estatuto da vida, a política dos afetos e a existência de um estado-síndico que sustentam os discursos e legitimam posições.Referências
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