Resumo
Em momentos de transformações tecnocientíficas, o humano como espécie, como ideia ou como representação pode ser afetado. Entre as práticas envolvendo tecnologias que crescem atualmente, o biohacking é um termo potencial que engloba diferentes ações, representações e ideias e que de forma levemente sub-reptícia guarda certa premissa de atuar sobre o material orgânico [homo-coisa] com o objetivo de ‘aprimorar’ o ser humano, seja lá por meio de quantas múltiplas e diversas formas isso possa se dar. Este artigo em forma ensaística possui o objetivo de pensar sobre um dos processos de subjetivação de um sujeito pós-humano, partindo de um exemplo retirado do biohacking ocorrido em um evento na cidade de São Paulo. Para tal, pincelamos algumas referências sobre o ciborguismo enquanto um movimento que constrói a metáfora para uma subjetividade híbrida e, na sequência, passamos pelo conceito de pós-humanismo e duas de suas expressões mais proeminentes: o trans-humanismo e o pós-humano crítico. Ao final, argumentamos que, no caso de praticantes e personas hibridizadas pelo biohacking a noção de cuidado de si é um meio analítico de abordar o processo de subjetivação de um sujeito por meio das tecnologias de si.
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