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O (re)conhecimento da sócio-história nas capacidades de significação:
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Palavras-chave

Capacidades de significação
(Re)conhecimento da sócio-história
Horror short story

Como Citar

SOUZA, Everton Gelinski Gomes de; STUTZ, Lidia. O (re)conhecimento da sócio-história nas capacidades de significação:: conceitos necessários para operacionalização de linguagem e didatização de gêneros. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 58, n. 3, p. 1113–1133, 2019. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8655603. Acesso em: 14 dez. 2024.

Resumo

O presente artigo visa discutir a respeito da operação de linguagem denominada (re)conhecimento da sócio-história do gênero, apresentada por Cristovão e Stutz (2011) no quadro das capacidades de significação. Nesse sentido, demonstramos os traços textuais utilizados para analisar essa operação de nível macrocontextual, relacionada com a atividade geral de linguagem, portanto, externa ao texto. Para tanto, enfocamos duas produções do gênero horror short story tomadas como diagnóstico discursivo. A primeira foi desenvolvida por um(a) aluno(a) de uma turma de 9º ano, numa escola da cidade de Guarapuava/PR; a segunda, criada por um escritor acanônico, publicada em um sítio de horror stories. Adotamos como fundamentação teórica pressupostos do interacionismo sociodiscursivo (BRONCKART, 1999) que nos permitem repensar o gênero textual e sua relação com as ações de linguagem e as atividades sociais sob o prisma da significação. Do mesmo modo, pautamo-nos, principalmente, em estudos de Cristovão e Stutz (2011) sobre a proposta das capacidades de significação; em Stutz (2012) e Souza (2015) que discorrem sobre a relação entre essas capacidades e sua importância para compreendermos a constituição da atividade geral de linguagem e, de que maneira a sócio-história pode estar imbricada num determinado gênero de texto. Os resultados evidenciam que a operação de linguagem estudada é um protocolo cognitivo que desenvolve a capacidade de reconhecimento, assim como de regulação sobre valores e normas sociais, sobre a constituição dos simbolismos, dos jogos ideológicos que se materializam nos protótipos discursivos, e, dessa forma, o (re)conhecimento da sócio-história outorga a ligação entre as representações e seus  referentes na estrutura discursiva.

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