Banner Portal
Soft meat with sharp bones
PDF (Português (Brasil))

Keywords

Epistemicide
Multilingualism
Purple Hibiscus
Nigerian colonization
Imperialism

How to Cite

CERQUEIRA, Fernanda de Oliveira; BITTENCOURT, Rômulo Gonçalves. Soft meat with sharp bones: epistemicide and multilingualism in Purple Hibiscus, by Chimamanda Adichie. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 60, n. 2, p. 566–579, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8661726. Acesso em: 17 jul. 2024.

Abstract

This paper aims to analyze the work Hibisco Roxo (2011), by Chimamanda Ngozie Adichie - a novel permeated by race and gender tensions, caused by English imperialism in Nigeria, under the prism of political and socio-cultural conflicts set in capitalism. Starting from the concept of epistemicide, proposed by Carneiro (2005), based on Foucault (1979) and Sousa Santos (1995), we verify, in multilingual practices, the values attributed to the original languages, with emphasis on Igbo in this work, and the language of colonizer in the implementation and term of colonialist and imperialist undertakings. Considering that Adichie's writing (2011) allows another possible reading of the conflicts experienced by the current Nigerian society, there is, in the linguistic scope, evidence that the English language, a constituent element of colonization, would represent, based on the linguistic practices of the characters, a linkage to the imperialist process - underlying the action of capitalism under the recent end of colonization. Igbo's linguistic practices, on the other hand, would represent a strategy of resistance, through the rescue of ancestral traditions, as a way of erasing the epistemicide, tensioning the policies for erasing the Igbo culture. Thus, there is a power game in which the language plays an important role in the symbolic marking of processes of domination/assimilation and/or opposition/socio-cultural resistance, both crossed by religion.

PDF (Português (Brasil))

References

ADICHIE, Chimamanda Nzogi. (2011). Hibisco roxo. Tradução Julia Romeu. São Paulo: Companhia das Letras.

ALMEIDA, Silvio. (2018). O que é racismo estrutural? Coleção Feminismos Plurais. Belo Horizonte: Editora Letramento.

BAIRROS, Luíza. (1995). Nossos feminismos revisitados. In: RIBEIRO, Matilde (Org.). Revista Estudos Feministas, Dossiê Mulheres Negras, Florianópolis, v. 3, n. 3, p. 458-463.

BARREIROS, Patrício Nunes. (2017). Por uma abordagem da História Cultural das práticas de escrita na edição de textos. ALEA, Rio de Janeiro, vol. 19/2, maio-ago., p. 389-414.

BASSANI, Indaiá de Santana. (2015). Disciplina Fundamentos Linguísticos: bilinguísmo e multilinguísmo. São Paulo: Edusp.

BOAHEN, Albert Adu. (2010).A África diante do desafio colonial. In: BOAHEN, A. Adu (ed.). História Geral da África – A África sob dominação colonial, 1880-1935. 2.ed. rev. Brasília: UNESCO, cap. I, p.1.22.

BORGES, Rosa. (2020). Experiências e descentramentos epistemológicos na prática filológica. In: SOUZA, Risonete Batista de. [et al.]. Filologia em diálogo: descentramentos culturais e epistemológicos. Salvador: Memória & arte, p. 15-47.

CABRAL, Amílcar. (1978). Unidade e Luta I. A Arma da Teoria. Textos coordenados por Mário Pinto de Andrade, Lisboa: Seara Nova.

CAMPOS, Juliana Sant´Ana. (2015). As manipulações das etnicidades como forma de controle, exploração e alienação em Hibisco Roxo de Chimamanda Ngozi Adichie. Revista Crioula USP, n. 16.

CANAGARAJAH, Suresh.; LIYANAGE, Indica. (2012). Lessons from pre-colonial multilingualism. In: MARTIN-JONES, A.; BLACKLEDGE, A.; CREESE, A. (Eds.). The Routledge handbook of multilingualism. London: Routledge, p. 49-65.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. (2005). A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. (2019). Escritos de uma vida. São Paulo: Pólen Livros.

CHARTIER, Roger. (2015 [2007]). A história ou a leitura do tempo. 2ª edição. Belo Horizonte: Autêntica.

COLLINS, Patrícia Hill. (2000). Black Feminist Thought: Knowledge, Conciousness and the Politics of Empowerment. Nova York: Routledge.

DAVIS, Ângela. (2016 [1981]). Mulheres, Raça e Classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo.

DU BOIS, William E. B. (2007 [1903]). The souls of black folk. Oxford: Oxford University Press.

ERNEST-SAMUEL, Gloria Chimenziem. (2019). Língua e Literatura Igbo no Discurso em Sala de Aula: um experimento pedagógico. Revista Brasileira de Estudos da Presença, v. 9, n. 1, p. 1-22.

FANON, Frantz. (2008). Peles negras, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA.

FOUCAULT, Michel. (1979). Microfísica do poder. Rio de Janeiro, Graal.

GALLIE, Walter B. (2016). Narrativa e Compreensão histórica. In: MALERBA, Jurandir (org.). História e narrativa: a ciência e a arte da escrita histórica. Petrópolis: Vozes.

GEERTZ, Clifford. (2001 [1989]). Nova Luz sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

GODOY, Elenilton Vieira; SANTOS, Vinício de Macedo. (2014). Um olhar sobre a cultura. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 30, n. 3, p.15-41.

GONÇALVES, Ana. Maria. (2006). Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Record.

GONZALEZ, Lélia. (1983). Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, ANPOCS, p. 223-244.

GONZALEZ, Lélia. (1988). A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 92-93, p. 69-82.

GROSJEAN, François. (1982). Life with two languages: an introduction to bilingualism. Cambridge: Harvard University Press.

GUMPERZ, John. (1988). Convenções de contextualização. In: GUMPERZ, John. Sociolinguística interacional: antropologia, linguística e sociologia em análise do discurso. Porto Alegre: Editora AGE, p. 98-119.

GINZBURG, Carlo. (2006). O extermínio dos judeus e o princípio da realidade. Enredo e verdade na escrita da história. In: MALERBA, Jurandir (org.). A História Escrita: teoria e história da historiografia. São Paulo, Contexto, p. 211-230.

HALL, Stuart. (1992). A identidade em questão. In: HALL, S. A identidade cultural na pós modernidade. Rio de Janeiro: DP&A editora, p. 7-13.

HALL, Stuart. (2003). Da diáspora: identidade e mediações culturais. In: SOVIK, Liv (Org.). Tradução de Adelaine Resende [et al.]. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil.

HOOKS, bell. (2000). Feminist is for Everybody: Passionate Politics. Pluto Express.

HOOKS, bell. (2008). Linguagem: ensinar novas paisagens/novas linguagens. In: Estudos Feministas, v.16, n. 3.

HOOKS, bell. (2019). Olhares negros: raça e representação. Tradução de Stephanie Borges. São Paulo: Editora Elefante.

LE GOFF, Jacques. (2003 [1988]). História e memória. Tradução Irene Ferreira, Bernardo Leitão e Suzana Ferreira Borges. 5. ed. Campinas: Editora da UNICAMP.

LEMOS, Amélia Francisco Felipi da C. (2018). Língua e cultura em contexto multilingue: um olhar sobre o sistema educativo em Moçambique. Educar em Revista, Curitiba, v. 34, n. 69, p. 17-32.

MCKENZIE, Donald Francis. (2018 [1986]). Bibliografia e a Sociologia dos textos. Tradução: Fernanda Veríssimo. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo.

MBEMBE, Achille. (2003). África Insubmissa: cristianismo, poder e Estado na sociedade pós-colonial. Editora Edições Padago: Odivelas; Edições Mulemba: Luanda.

MBEMBE, Achille. (2014). A crítica da razão negra. Lisboa: Antígona.

MBEMBE, Achille. (2015). Decolonizing Knowledge and the Question of the Archive. Ms. Disponível em <https://wiser.wits.ac.za/system/files/Achille%20Mbembe%20-%20Decolonizing%20Knowledge%20and%20the%20Question%20of%20the%20Archive.pdf> Acesso em 21 de outubro.

MBEMBE, Achille. (2018). Necropolítica. São Paulo: N-1 edições.

MOITA LOPES, Luiz Paulo. (Org.). (2006). Por uma Linguística Aplicada INdisciplinar. Parábola: São Paulo.

MOITA LOPES, Luiz Paulo. (2009). Da aplicação da Linguística à Linguística Aplicada. In: PEREIRA, Regina Celi; ROCA, Pilar. Linguística Aplicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo: Contextos.

MUFWENE, Salikoko S. (2016). Ecologia da língua: algumas perspectivas evolutivas. Ecolinguística: Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v. 02, n. 01, p. 21-38.

MÜLLER, Fernanda de Oliveira. (2016). Traços de etnicidade na tradução de Purple Hibiscus. Bela Infiéis, v. 5, n. 2, p. 09-18.

MUNIZ, Kassandra da Silva. (2009). Linguagem e identificação: uma contribuição para o debate sobre ações afirmativas para negros no Brasil. Tese (Doutorado em Linguística), Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade do Estado de Campinas, Campinas.

ODINYE; Israel; ODINYE, Ify. (2010). Preventing the Extinction of Igbo Language. OGIRISI: a New Journal of African Studies: Editorial Policies, Nigeria, v. 7, p. 85-93.

OLORUNTIMEHIN, B. Olantunji. A política e o nacionalismo africanos, 1919-1935. (2010). In: BOAHEN, A. Adu (ed.). História Geral da África – A África sob dominação colonial, 1880-1935. 2.ed. rev. Brasília: UNESCO, cap.VII, p.657-674.

RIBEIRO, Djamila. (2017). O que é lugar de fala? Coleção Feminismos Plurais. Belo Horizonte: Editora Letramento.

SOUSA SANTOS, Boaventura. (1995). Pela Mão de Alice. São Paulo: Cortez Editora.

SOUZA, Neusa Santos. (1983). Tornar-se negro: vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal.

UBIOWORO, Eyo; ONOYOVWI, Doe. (2008). Towards re-tooling oral literature for the teaching of Nigerian Languages. Journal of Nigerian Languages and Culture, Nigeria, v. 10, n. 2, p. 135-146.

TEOTONIO, Rafaella Cristina Alves. (2013). Por uma modernidade própria: o transcultural nas obras Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie e o Sétimo juramento, de Paula Chiziane. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade da Universidade Estadual da Paraíba.

VISSENTINI, Paulo Fagundes. (2011). Livro na rua: Nigéria. Theasaurus Editora: Brasília.

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Trabalhos em Linguística Aplicada

Downloads

Download data is not yet available.