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Receita para se tornar um “transexual verdadeiro”: discurso, interação e (des) identificação no Processo Transexualizador
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Palavras-chave

Análise do discurso. Cuidado à saúde. Análise interacional
Trajetórias de socialização. Despatologização

Como Citar

BORBA, Rodrigo. Receita para se tornar um “transexual verdadeiro”: discurso, interação e (des) identificação no Processo Transexualizador. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 55, n. 1, p. 33–75, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8647390. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

Com base em uma abordagem foucaultiana à análise do discurso e uma análise interacional de inspiração goffmaniana, este artigo investiga as micro-dinâmicas pelas quais sistemas de conhecimento que patologizam a transexualidade como uma enfermidade mental são incorporados nas ações de profissionais de saúde e usuários/as transexuais do Sistema Único de Saúde. A partir de um trabalho de campo etnográfico de 13 meses, investiga-se um dos serviços de referência no Processo Transexualizador no SUS. O artigo discute como esses discursos biomédicos disponibilizam recursos semióticos para a identificação de “transexuais verdadeiros”, solidificando um modelo metapragmático de identidade. A análise focaliza trajetórias de socialização (WORTHAM, 2006) durante as quais uma usuária nova da clínica paulatinamente aprendeu a entextualizar (SILVERSTEIN E URBAN, 1996) o modelo do “transexual verdadeiro”, tornando-se, assim, um corpo dócil (FOUCAULT, 1975/2011) para os propósitos do Processo Transexualizador. Esse aprendizado se deu intertextualmente pela organização sequencial de turnos-defala e, sobretudo, no par pergunta-resposta através dos quais a psicóloga oferece a sua interlocutora os itens semióticos para a construção de uma performance que satisfaça as demandas diagnósticas do cuidado em saúde trans-específico.
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