Banner Portal
Material Didático Virtual Livre para o ensino e a aprendizagem de italiano no âmbito dos Centros de Estudos de Línguas do estado de São Paulo: caminhos da pedagogia pós-método
PDF

Palavras-chave

Pós-método. Material didático virtual livre. Centro de Estudos de Línguas do Estado de São Paulo.

Como Citar

SOUZA, Rômulo Francisco de. Material Didático Virtual Livre para o ensino e a aprendizagem de italiano no âmbito dos Centros de Estudos de Línguas do estado de São Paulo: caminhos da pedagogia pós-método. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 57, n. 2, p. 1189–1219, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8651351. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Discutimos a problemática do material didático no contexto dos cursos de italiano dos Centros de Estudos de Línguas (CEL) do Estado de São Paulo, deflagrando, embasados em Peleteiro (2015) e em Pinheiro (2013), a sua vocação para a utilização de materiais didáticos essencialmente personalizados e personalizáveis. Frente a essa questão, caracterizamos materiais didáticos de natureza virtual e livre, discutindo a sua correlação com a pedagogia pós-método, e propomos os materiais didáticos dessa natureza como os mais adequados para o contexto dos CEL, uma vez que são, essencialmente, personalizáveis (SOUZA, 2014). Trata-se da nossa principal hipótese de trabalho. Sugerimos requisitos para o design de repositórios virtuais que consideramos adequados para o desenvolvimento e a utilização de materiais didáticos de natureza virtual e livre. Nossas sugestões foram elaboradas a partir da análise do CURRÍCULO+, repositório digital da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo que consideramos inadequado às demandas relativas ao uso e à produção de materiais didáticos em uma perspectiva pós-método, ou seja, ao uso e à produção de materiais didáticos de natureza virtual e livre (SOUZA, 2014). A inadequação consiste, principalmente, no fato de se tratar de um repositório centrado no currículo, e não no professor-autor e em suas demandas locais, advindas dos contextos em que atua. Discorremos, enfim, sobre a metodologia de produção de material didático na perspectiva da pedagogia pós-médodo, que experimentamos e buscamos aprimorar em nossa pesquisa. Defendemos que a produção de material didático na perspectiva da pedagogia pós-método envolve o estabelecimento e a utilização de princípios, ou quadros de referência, compatíveis com o estado atual do conhecimento, coerentes, compreensíveis, neutros em relação a métodos e de caráter não prescritivo. Fundamentamo-nos em Kumaravadivelu (2006b) e Tomlinson (2016). Consideramos que se trata, ademais, de uma prática que também reflete, de algum modo, os parâmetros da particularidade, da praticabilidade e da possibilidade.

PDF

Referências

ABED. Repositórios e Referatórios de Objetos de Aprendizagem e Outros Recursos Educacionais. Disponível em: http://www2.abed.org.br/documentos/Arquivo Documento609.pdf Acesso em: 20 ago. 2016.

AUERBACH, E. R. (1995). The politics of the ESL classroom: Issues of power in pedagogical choices. In: Tol-Lefson, J. W. (ed.), Power and inequality in language education. [S.l.]: Cambridge University Press, pp. 9-33.

BENESCH, S. (2001). Critical English for Academic Purposes: Theory, Politics, and Practice. Taylor & Francis.

CALLEGARI, M. O. V. (2008). Motivação, ensino e aprendizagem de espanhol: caminhos possíveis. Análise e intervenção num centro de estudos de línguas de São Paulo. Tese de Doutorado em Educação. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. Doi:10.11606/T.48.2008.tde-18032009-154414. Acesso em: 16 fev. 2016.

CAN, N. (2008). Post-Method Pedagogy: Teacher Growth behind Walls. Proceedings of the 10th METU ELT Convention.

ROCHA, V. G. (2016). Estratégias de ensino nas salas multisseriadas de italiano dos Centros de Estudos de Línguas (CELs) da capital e da grande São Paulo. Tese de Doutorado em Língua e Literatura Italiana. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

CROOKES, G. (2013). Critical ELT in action: Foundations, promises, praxis. New York: Routledge.

DIADORI, P. (2001). Insegnare italiano a stranieri. Itália: Le Monnier.

FREEDOMDEFINED. (s.d). Trabalhos Culturais Livres. Disponível em: http://freedomdefined.org. Acesso em: 20 mai. 2014.

FREE SOFTWARE FOUNDATION. (s.d). Disponível em: https://www.fsf.org/. Acesso em: 20 mai. 2014.

GASPARELO, L. de F. (2009). O Centro de Estudos de Línguas de Sorocaba: projeto pedagógico e prática de ensino. Dissertação de Mestrado em Educação. Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade de Sorocaba, Sorocaba.

GIROUX, H. (1988). Teachers as Intellectuals: Toward a Critical Pedagogy of Learning. Bergin & Garvey.

KOLB, D. (1984). Experiential learning: experience as the source of learning and development. Englewood Cliffs, New Jersey: Prencice Hall.

KUMARAVADIVELU, B. (1994). The postmethod condition: (e)merging strategies for second/foreign language teaching. TESOL Quarterly. v. 28, n° 1, pp. 27-48.

KUMARAVADIVELU, B. (2001). Toward a Postmethod Pedagogy. TESOL Quarterly, Teachers of English to Speakers of Other Languages. v. 35, n° 4, pp. 537-560.

KUMARAVADIVELU, B. (2003). Beyond Methods: Macrostrategies for Language Teaching. New Haven: Yale University Press.

KUMARAVADIVELU, B. (2006a). TESOL Methods: Changing Tracks, Challenging Trends. TESOL Quarterly, Teachers of English to Speakers of Other Languages. v. 40, n° 1, pp. 59-81.

KUMARAVADIVELU, B. (2006b). Understanding Language Teaching: From Method to Post-method. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates.

LESSIG, L. (2004). Free Culture: The Nature and Future of Creativity. United States of America: Penguin Group.

LEVY, P. (2007). Inteligência coletiva. São Paulo: Edições Loyola.

McLAREN, P. (1997). Critical Pedagogy. Teaching Education Journal. v. 9, n° 1, pp. 1-1.

NASCIMENTO, A. C. A. de A. (2009). Aprendizagem por meio de Repositórios Digitais, Virtuais. In: Litto, F. M; Formiga, M. (orgs.), Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson, pp. 352-357.

OLIVEIRA, M. (2013). Sequência Didática Interativa no Processo de Formação de professores. Petrópolis: Editora Vozes.

ORTALE, F. L. (2010). O ofício de formar professores de línguas: dilemas e possibilidades de atuação. In: I CIPLOM – Congresso Internacional de Professores de Línguas Oficiais do Mercosul. Anais. São Paulo: Apeesp - Associação de Professores de Espanhol do Estado de São Paulo, pp. 421-428. Disponível em: http://www.apeesp.com.br/web/ciplom/Arquivos/artigos/pdf/fernanda-ortale.pdf Acesso em: 20 jan. 2015.

ORTALE, F. L. (2011). Os Problemas de Ensino como instrumento na formação de professores de italiano. Revista de Italianística. v. 21, n° 22, pp. 81-92.

ORTALE, F. L.; ZORZAN, F. J. de A. (2013). Mapeamento dos Municípios com Ensino de Italiano em Escolas Públicas. Revista de Italianística. v. 26, pp. 121-144.

PAULA FILHO, W. P. (2003). Engenharia de Software: fundamentos, métodos e padrões. Rio de Janeiro: Editora LTC.

PELETEIRO, A. C. (2016). O italiano nos Centros de Estudo de Línguas (CEL): funcionamento e análise do material didático em elaboração. Dissertação de Mestrado em Língua e Literatura Italiana. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-29082016-112913/ Acesso em: 07 jun. 2017.

PENNYCOOK, A. (2001). Critical Applied Linguistics: An introduction. Mahwah, New Jersey/London: Lawrence Erlbaum Associates Publishers.

PINHEIRO, A. (2013). Projeto de elaboração de material didático para o curso de Língua Italiana do C.E.L. (Centro de Estudos de Línguas): Italiano in foco. São Paulo. Não publicado.

RAJAGOPALAN, K. (2003). Por uma linguística crítica: Linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola Editorial.

ROCHA, V. G. (2016). Estratégias de ensino nas salas multisseriadas de italiano dos Centros de Estudos de Línguas (CELs) da capital e da grande São Paulo. Tese de Doutorado em Língua e Literatura Italiana. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-06122016-120945/. Acesso em: 16 fev. 2017.

SANTOS, J. J. dos. (2011). Dimensões da qualidade educativa nos Centros de Estudos de Línguas do estado de São Paulo (CEL-SP): subsídios à implementação do ensino de espanhol nas escolas públicas paulistas. Dissertação de Mestrado em Educação. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.

SÃO PAULO (Estado). (1987). Decreto Estadual nº 27.270, de 10 de agosto de 1987. Dispõe sobre a criação dos Centros de Estudos de Línguas no âmbito da Rede Estadual de Ensino de São Paulo. Disponível em: http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/1987/decreto-27270-10.08.1987.html. Acesso em: 16 abr. 2017.

SÃO PAULO (Estado). (1988). Resolução SE n°193, de 18 de agosto de 1988. Dá nova redação ao parágrafo único do artigo 1° da Resolução SE271/87. Disponível em: http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/notas/193_1988.HTM. Acesso em: 16 abr. 2017.

SÃO PAULO (Estado). (2014). Secretaria de Educação. Curriculo+: recursos digitais articulados com o currículo do Estado de São Paulo. Disponível em: curriculomais.educacao.sp.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2017.

SÃO PAULO (Estado). (2016a). Secretaria de Educação. Programa da Educação proporciona ensino de até sete idiomas para alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Disponível em: http://www.educacao.sp.gov.br/centro-estudo-linguas. Acesso em: 25 ago. 2016.

SÃO PAULO (Estado). (2016b). Secretaria de Educação. Estudantes da rede pública podem se inscrever para cursos gratuitos de idiomas. Disponível em: http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/estudantes-da-rede-publica-podem-se-inscrever-para-cursos-gratuitos-de-idiomas. Acesso em: 25 ago. 2016.

SÃO PAULO (Estado). (2016c). Secretaria de Educação. Publicação on-line [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por romulosouza@usp.br em 07 dez. 2016.

SILVEIRA, S. (2004). Software livre: a luta pela liberdade do conhecimento. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.

SIMON, R. I. (1988). For a pedagogy of possibility. In: Smyth, J. (ed.), The critical pedagogy networker. Victoria, Australia: Deakin University Press, v. I, pp. 1-4.

SIQUEIRA, S. (2013). English as a Lingua Franca: For a Critical Intercultural Pedagogy. In: Lapriore, L.; Grazzi, E. Intercultural Communication. New Perspectives from ELF. Roma: RomaTrE-Press, pp. 189-209.

SIQUEIRA, S. (2017). English for the real world: sharing ideas and possibilities of Critical Pedagogy oriented materials. Jornada Internacional de Línguística Aplicada Crítica (JILAC). Minicurso. Brasília.

SOUZA, Rômulo Francisco de. (2014). Implicações do uso de Material Didático Virtual Livre em contexto formal de ensino-aprendizagem de italiano como LE/L2: a perspectiva dos Problemas de Ensino. Tese (Doutorado em Língua e Literatura Italiana) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

SOUZA, Rômulo Francisco de. (2016). A Formação de Professores de Idiomas na Era Pós-método – A Perspectiva dos Problemas de Ensino. In: NETTO, Tania Maria de Castro de Carvalho; PRAXEDES, Carmem. Licenciatura sem fronteiras: semiosferas em transformação. Rio de Janeiro: EdUERJ.

SOUZA, Rômulo Francisco de. (2017). Métodos, instrumentos e perspectivas teóricas da pesquisa em Problemas de Ensino – dos relatos dos professores à Teoria Fundamentada. In: ORTALE, Fernanda Landucci; FERRONI, Roberta. Luz, Câmera e Ação! O Professor-autor da sala de línguas estrangeira. São Paulo: Humanitas.

TOMLINSON, B. (1998). Introduction. In: Tomlinson, B. (org.), Materials development in language teaching. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 1-24.

TOMLINSON, B. (2003). Materials Development Courses. In: Tomlinson, B. Developing materials for language teaching. Londres: Continuum Books, pp. 445-461.

TOMLINSON, B. (2010). Principles of effective materials development. In: Richards, J. (org.), English language teaching materials: theory and practice. New York: Cambridge University Press, pp. 81-108.

TOMLINSON, B. (2016). Achieving a match between SLA theory and materials development. In: Tomlinson, B. (org.), SLA Research and materials development for language learning. New York: Routledge, pp. 3-22.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.