Banner Portal
Produção de estórias e o gosto de afazer: exercícios de imaginação em escrita para a educação em direitos humanos
PDF

Palavras-chave

Direitos humanos. Educação. Escrita. Produção de estórias. Hannah Arendt

Como Citar

PALMA, Daniela; SÁ, Ana Paula dos Santos de; BARROS, Nayara Natalia de; SACHS, Rafael Salmazi. Produção de estórias e o gosto de afazer: exercícios de imaginação em escrita para a educação em direitos humanos. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 57, n. 2, p. 699–730, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8651914. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Os direitos humanos podem ser compreendidos como um conjunto de princípios que operam no plano formalizado da linguagem e também em um sistema de significação mais amplo, não formalizado. Este artigo apresenta uma proposta de formação em direitos humanos baseada na produção de estórias e voltada à educação escolar de jovens. Elaborada no âmbito do grupo de pesquisas em linguagem e direitos humanos (IEL/Unicamp), a proposição se baseia didática e pedagogicamente no pensamento de Hannah Arendt e almeja expor um projeto político de ensino viável, que enfoque a disciplina de Língua Portuguesa – sem ignorar seu potencial interdisciplinar – para a produção do que chamamos de “exercícios de imaginação” em escrita. Nossa proposta, portanto, tenciona promover reflexões, em sala de aula, acerca das conceituações jurídicas, filosóficas e subjetivas dos direitos humanos e das formas sociais da diferença e da universalidade, além de estimular, na escrita, inversões de perspectiva, adotando-se o “eu” como enunciador de um “outro”. Tais inversões funcionariam como aparato propício à sensibilização e à busca de uma “mentalidade alargada”, mais consciente da alteridade e apta à apreensão dos dilemas individuais e coletivos do mundo contemporâneo.

PDF

Referências

AGUALUSA, J. E. (2012). Teoria Geral do Esquecimento. Lisboa: Dom Quixote.

ALVES, J.A.L. (2013). Os direitos humanos na pós-modernidade. São Paulo: Perspectiva.

ARENDT, H. (1972). Entre o passado e o futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Perspectiva.

ARENDT, H. (1987). Homens em tempos sombrios. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras.

ARENDT, H. (1994a). Lições sobre a filosofia política de Kant. Tradução de André Duarte de Macedo. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

ARENDT, H. (1994b). Rahel Varnhagen: uma judia alemã na época do Romantismo. Tradução de Antônio Trânsito e G. Kludasch. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

ARENDT. H. (1994c). We Refugees. In: ROBINSON, M. (ed.). Altogether Elsewhere: Writers in Exile. Boston/London: Faber and Faber, p. 110-119.

ARENDT, H. (1995). A vida do espírito. Tradução de Antonio Abranches e Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

ARENDT, H. (2005). A condição humana. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

AZEVEDO, C. S. (2007). Escrita criativa em sala de aula do EJA – Efeitos sobre a produção textual dos alunos. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

BOBBIO, N. (2004). A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier.

BRASIL-MEC (1998). Parâmetros curriculares nacionais: 3º e 4º ciclos do ensino fundamental - Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF.

BRASIL-MEC (2006). Orientações Curriculares para o Ensino Médio – Volume I: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB.

BRASIL-MEC (2013). “Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos” - PARECER CNE/CP Nº 8/2012, in.: _______. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB, pp. 494-513.

BRASIL-MEC (2017). Base Nacional Comum Curricular – Educação é a Base. Brasília: MEC/SEB.

BRASIL-MEC (2018). Base Nacional Comum Curricular – Ensino Médio. Brasília: MEC/SEB.

BRASIL-SDH (2013). Caderno de Educação em Direitos Humanos: Diretrizes Nacionais. Brasília: SDH/PR.

BRASIL-SEDH (2003). Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos; Ministério da Educação.

BRASIL-SEDH (2010). Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Brasília: SEDH/PR.

BRASIL (1996). Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. D.O.U. de 23 dez. 1996.

BRASIL, L. A. A. (1991). Invenção e Construção Literária: O Eterno

debate. Leitura no Brasil. São Paulo: Editora Ática.

CARNAZ, M.E. A. R. (2013). Da criatividade à escrita criativa. Dissertação (Mestrado em Didática da Língua Portuguesa). Instituto Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação, Coimbra.

FOLHA DE S. PAULO. MENON, I. (2017). Pessoas calçam sapatos de outras em exposição que promove a empatia. 2017. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/11/1936746-pessoas-calcam-sapatos-de-outras-em-exposicao-que-promove-a-empatia.shtml>. Acesso em 5 fev. 2018.

HUNT, L. (2009). A invenção dos direitos humanos: uma história. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo, Companhia das Letras.

HUYSSEN, A. (2014). Culturas do passado-presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória. Tradução de Vera Ribeiro [Coordenação de Tadeu Capistrano]. Rio de Janeiro: Contraponto/Museu de Arte do Rio.

KOHN, J.; YOUNG-BRUEHL, E. (2006). Hannah Arendt on Action and Violence with Reference to Simone Weil and Rachel Bespaloff on Homer’s Iliad: A Conversation. In: BENFEY, C.; REMMLER, K. (orgs.). Artists, Intellectuals, and World War II: The Pontigny Encounters at Mount Holyoke College, 1942-1944. Boston: University of Massachusetts Press. pp. 220-239.

KRISTEVA, J. (2001). Hannah Arendt, life is a narrative. Tradução de Frank Collins. Toronto: University of Toronto Press.

LAFER, C. (2007). Experiência, ação e narrativa: reflexões sobre um curso de Hannah Arendt. Estudos Avançados, São Paulo, v. 21, n. 60, p. 289-304.

MOYN, S. (2012). The Last Utopia: Human Rights in History. Cambridge: Harvard University Press.

PETIT, M. (2009). A arte de ler ou como resistir à adversidade. Tradução de Arthur Bueno e Camila Boldrini. São Paulo: Ed. 34.

PMEDH (2007). Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos. Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

RÜSCHE, A.; MASCARO, L. D.M. (2015). Tornar presente o ausente: escrita criativa e reflexão sobre Direitos Humanos. Lua Nova, São Paulo, n. 96, p. 71-87.

STERN, P.; YARBROUGH, J. (1978). Teaching: Hannah Arendt. The American Scholar, v. 47, n. 3, pp. 371-381.

TAUVERON, C. (2014). A escrita “literária” da narrativa na escola: condições e obstáculos. Educar em Revista, Curitiba, n. 52, p. 85-101.

VIEGAS, A.M.L. (2015). Contributos da Leitura Recreativa e da Escrita Criativa para o Processo de Ensino-Aprendizagem de Português Língua Estrangeira. Dissertação (Mestrado em Português Língua Não Materna – Língua Estrangeira/ Língua Segunda). Instituto de Letras e Ciências Humanas, Universidade do Minho.

YOUNG-BRUEHL, E. (1977). Hannah Arendt’s storytelling. Social Research, v. 44, n. 1, p. 183-190.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.