Banner Portal
“Cultura de paz”: gênese de uma fórmula entre discursos de guerra e violência
PDF

Palavras-chave

Cultura de paz. Fórmula discursiva. Circulação de discursos.

Como Citar

BOSCHI, Helena. “Cultura de paz”: gênese de uma fórmula entre discursos de guerra e violência. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 57, n. 2, p. 848–876, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8651922. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Neste trabalho, buscamos rastrear o percurso do sintagma “cultura de paz” no espaço público brasileiro desde sua gênese institucional até o ano de 2012, verificando sua consolidação durante a Década Internacional de uma Cultura de Paz e Não Violência para as Crianças do Mundo (2001-2010 – ONU) e seu funcionamento como fórmula discursiva (KRIEG-PLANQUE, 2010). Mostramos como é produzido um efeito de consenso na superfície linguística de um sintagma que, ao circular, é convocado por interpretações diversas que partem majoritariamente do sema central “convivência”. Teremos como foco a relação entre a gênese de “cultura de paz” e a circulação de “discursos de guerra e de violência” materializados em práticas e objetos técnicos cotidianos.

PDF

Referências

ADAMS, D. et al (2011). Report on the Decade for a Culture of Peace: Final Civil Society Report on the United Nations International Decade for a Culture of Peace and Non-violence for the Children of the World (2001-2010). Disponível em: http://www.fund-culturadepaz.org/spa/DOCUMENTOS/Report_on_the_Decade_for_a_Culture_of_Peace.pdf. Acesso em 3 de julho de 2017.

ADAMS, D. (2005) Definition of Culture of Peace, in Global Movement for a Culture of Peace. Disponível em: http://www.culture-of-peace.info/copoj/definition.html. Acesso em 28 de julho de 2017.

AZEREDO, J. C. (2011). Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha.

BOSCHI, H. (2014). A constituição da fórmula discursiva “cultura de paz”: circulação e produção dos sentidos. Dissertação (Mestrado em Linguística). Centro de Educação e Ciências Humanas. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

BRASIL (2013). Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Projeto de lei e outras proposições. Disponível em: http://www.camara.gov.br/internet/sileg/. Acesso em 17 de abril de 2016. Resultados de pesquisa realizada com a entrada “cultura de paz”.

COMITÊ PAULISTA PARA A DÉCADA DA CULTURA DE PAZ. Manifesto 2000. Disponível em http://www.comitepaz.org.br/o_manifesto.htm. Acesso em 28 de julho de 2017.

COURTINE, J. J (2009). Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. São Carlos, SP: EdUFSCar.

DISKIN, Lia (2009). Cultura de paz: redes de convivência. SENAC São Paulo. Versão digital disponível em: http://www1.sp.senac.br/hotsites/gd4/culturadepaz/. Acesso em 24 de junho de 2017.

DISKIN, L.; NOLETO, M. J. (2010) (coord.). Cultura de paz: da reflexão à ação - Balanço da Década Internacional da Promoção da Cultura de Paz e Não Violência em Benefício das Crianças do Mundo. UNESCO.

DUCHENE, A. (2004). “Construction institutionnelle des discours : idéologies et pratiques dans une organisation supranationale”, TRANEL. Travaux neuchâtelois de linguistique, Université de Neuchâtel, n°40, pp.93-115.

KRIEG-PLANQUE, A. (2003). “Purification ethnique”. Une formule et son histoire. Paris, CNRS Editions.

KRIEG-PLANQUE, A. (2009). Por uma análise discursiva da comunicação: a comunicação como antecipação de práticas de retomadas e de transformação dos enunciados. In: Linguasagem: revista eletrônica de divulgação científica. 16ª. edição. São Carlos: DL-UFSCar. Disponível em: HTTP://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao16/index.php. Acesso em 20 de abril de 2018.

KRIEG-PLANQUE, A. (2010). A noção de “fórmula” em análise do discurso: quadro teórico e metodológico. Trad. Luciana Salazar Salgado, Sírio Possenti. São Paulo: Parábola Editorial.

KRIEG-PLANQUE, A. (2011). “Fórmulas” e “lugares discursivos”: propostas para a análise do discurso político. In: Motta, Ana Raquel; Salgado, Luciana Salazar. Fórmulas discursivas. São Paulo: Contexto. p.11-40.

KRIEG-PLANQUE, A. (2012). Analyser les discours institutionnels. Paris: Armand Colin, 2012.

KRIEG-PLANQUE, A.; OGER, C. (2010). “Discours institutionnels : perspectives pour les sciences de la communication”, Mots. Les langages du politique, Lyon, ENS Editions, n°94, pp. 91-96.

MAINGUENEAU, D. (1984). Gênese dos discursos. Trad. Sírio Possenti. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

MAINGUENEAU, D. (2006). Cenas da enunciação. Org. Sírio Possenti e Maria Cecília Pérez de Souza-e-Silva. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

MATTELART, A. (2005). Diversidade Cultural e mundialização. Trad. Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola.

MELGAÇO, L. (2010). Securização urbana: da psicoesfera do medo à tecnoesfera da segurança. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo.

NOBRE, A. L. (2012). Guerra e paz. In: BATISTA, V. M. (org.). Paz armada. Rio de Janeiro: Revan / ICC. p.9-13. (Cadernos de criminologia, 1)

ONU (1999a). Declaration on a Culture of Peace. Disponível em: <http://cpnn-world.org/resolutions/resA-53-243A.html>. Acesso em 28 de julho de 2017.

ONU (1999b). Programme of Action on a Culture of Peace. The Culture Of Peace News Network. Disponível em: <http://cpnn-world.org/resolutions/resA-53-243B.html>. Acesso em 28 de junho de 2017.

PÊCHEUX, M. (1988). Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Trad. Eni Orlandi et al. Campinas: Ed. da Unicamp.

PÊCHEUX, M. (1990). O discurso: estrutura ou acontecimento. 3 ed. Trad. Eni Orlandi. São Paulo: Pontes.

POSSENTI, S. (2009). A noção de acontecimento. In: Questões para analistas do discurso. São Paulo: Parábola Editorial.

PREFEITURA DE SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/cultura_de_paz/index.php?p=8588. Acesso em 15 de fevereiro de 2017.

SALGADO, L. S. (2011). A leitura como um bem: slogans e consenso. In: MOTTA, A. R.; SALGADO, L. S. (org.). Fórmulas discursivas. São Paulo: Contexto.

SALGADO, L. S.; ANTAS JÚNIOR, R. M. (2011). Criação num mundo sem fronteiras: paratopia no período técnico-científico informacional. In: Acta Scientarum: language and culture. Maringá, v. 33, n. 2, p.259-270, 2011.

SALGADO, L. S.; SILVA, H. M. B. (2014). Gênese discursiva da formula ‘cultura de paz’. Acta Scientarum, Maringá, v. 36, n. 2, p. 131-137, Apr./June.

SANTOS, M. (1994). Técnica, Espaço, Tempo – globalização e meio técnico-científico informacional. 5ª ed. Edusp: São Paulo.

SANTOS, M. (2000). Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro, Record, 2012.

SERRA, C. A.; ZACCONE, O. (2012). Guerra é paz: os paradoxos da política de segurança de confronto humanitário. In: BATISTA, Vera Malaguti (org.). Paz armada. Rio de Janeiro: Revan / ICC. p.23-46. (Cadernos de criminologia, 1)

UNESCO (1995). Unesco and a Culture of Peace: promoting a global movement (Unesco Culture of Peace Programme). Disponível em: http://www.culture-of-peace.info/monograph/page1.html. Acesso em 24 de julho de 2011.

UNESCO (2000). Manifesto 2000. Disponível em: http://www3.unesco.org/manifesto2000/. Acesso em 28 de junho de 2012.

UNITED NATIONS (1988). 1998 UN resolution on the culture of peace. United Nations Documentation. Disponível em: http://www.un.org/depts/dhl/resguide/r53.htm. Acesso em 28 de julho de 2011.

UNITED NATIONS (1999). Programme of Actions. The Culture Of Peace News Network. Disponível em: http://cpnn-world.org/resolutions/resA-53-243B.html. Acesso em 28 de julho de 2011.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.