Banner Portal
Mercantilização da linguagem no capitalismo recente
PDF

Palavras-chave

Linguagem
Diversidades
Mobilidade
Mercantilização da linguagem

Como Citar

GARCEZ, Pedro Moraes; JUNG, Neiva Maria. Mercantilização da linguagem no capitalismo recente: diversidades e mobilidades. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 60, n. 2, p. 338–346, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8666196. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Na assim chamada "nova economia globalizada", em concomitância com a expansão do capital, avanços tecnológicos maciços produziram, por um lado, possibilidades inéditas de circulação de informações e recursos, bem como deslocamentos de populações que podem assumir identidades pós- ou transnacionais (DE FINA & PERRINO, 2013). Por outro lado, a lógica da globalização e o fracionamento das cadeias produtivas significaram em muitos contextos um aprofundamento das diferenças sociais, e a linguagem tornou-se parte ainda mais relevante nesse processo de estratificação, muitas vezes mediando processos de categorização que organizam e legitimam a desigualdade (HELLER, 2011). Tais fenômenos trouxeram novos desafios para os estudos da linguagem interessados em compreender o que se passa em cenários de grande diversidade sociolinguística, mais evidente em alguns cenários do que em outros, em geral conforme se observam os centros ou as periferias do capitalismo. A pandemia do Covid-19 tornou ainda mais complexa a compreensão das contradições do capitalismo e suas relações com a linguagem nesses cenários ao provocar alterações súbitas nas dinâmicas interacionais e nos fluxos de pessoas. Este dossiê reune trabalhos que examinam conceitos que entraram no cerne da discussão em Linguística Aplicada e Sociolinguística nos últimos 15 anos, como pós- nacionalismo, mercantilização da linguagem e repertórios linguísticos, entre outros, com base em estudos situados em cenários localizados.

PDF

Referências

ANDERSON, B. (2006[1983]). Imagined communities: Reflections on the origin and spread of nationalism. Londres: Verso. [Tradução brasileira: Anderson, B. (2008). Comunidades imaginadas (D. Bottman, Trad.). São Paulo: Companhia das Letras.]

BAUMAN, R.; BRIGGS, C. L. (2003). Voices of modernity: Language ideologies and the politics of inequality. Cambridge, RU: Cambridge University Press.

BLOCK, D. (2017). Political economy in applied linguistics research. Language Teaching, v. 50, n. 1, p. 32–64.

BLOCK, D. (2018). Political economy and sociolinguistics: Neoliberalism, inequality and social class. Londres/Nova Iorque: Bloomsbury Publishing.

BLOCK, D.; GRAY, J.; HOLBOROW, M. (2012) (orgs.). Neoliberalism and applied linguistics (p. 1-13). Routledge.

BLOMMAERT, J.; RAMPTON, B. (2011). Language and superdiversity. Diversities, v. 13, n. 2, p. 1-21.

CAVANAUGH, J. R.; SHANKAR, S. (2014). Producing authenticity in global capitalism: Language, materiality, and value. American Anthropologist, v. 116, p. 51–64.

CHUN, C. W. (2017). Discourses of capitalism: Everyday Economists and the Production of Common Sense. Oxon, Ru/Nova Iorque: Routledge.

DE FINA, A.; PERRINO, S. (2013). Transnational identities. Applied Linguistics, v. 34, n. 5, p. 509–515.

DUCHÊNE, A.; HELLER, M. (orgs.). (2012). Language in late capitalism: Pride and profit. Nova Iorque York: Routledge.

FINE, J. C.; LOVE-NICHOLS, J. (2021). Language and climate justice: A research agenda. Journal of Sociolinguistics. Publicação eletrônica antecipada. (DOI: https://doi.org/10.1111/josl.12469)

FIORIN, J. L.; PETTER, M. (2008). Prefácio. In: África no Brasil: a formação da língua portuguesa. São Paulo: Contexto, p. 7-12.

FRASER, N. (1996). Social justice in the age of identity politics: Redistribution, recognition, and participation. Conferência na Universidade Stanford. The Tanner Lectures on Human Values. Disponível em: <https://tannerlectures.utah.edu/_documents/a-to-z/f/Fraser98.pdf>.

GAL, S.; IRVINE, J. T. (2019). Signs of difference: Language and ideology is social life. Cambridge, RU: Cambridge University Press.

HARVEY, D. (2005). A brief history of neoliberalism. Oxford, RU: Oxford University Press.

HARVEY, D. (2014). Seventeen contradictions and the end of capitalism. Oxford, RU: Oxford University Press.

HELLER, M. (2002). Globalization, the new economy and the commodification of language and identity”. Journal of Sociolinguistics, v. 7, n. 4, p. 473-492.

HELLER, M. (2005). Language, skill and authenticity in the globalized new economy. Revista de Sociolingüística, v. 2.

HELLER, M. (2010). The commodification of language. Annual Review of Anthropology, v. 39, p. 101-14.

HELLER, M. (2011). Paths to post-nationalism: A critical ethnography of language and identity. Oxford: Oxford University Press.

HELLER, M.; MCELHINNY, B. (2017). Language, capitalism, colonialism: toward a critical history. Toronto: University of Toronto Press.

HELLER, M.; DUCHÊNE, A. (2012). Pride and profit: Changing discourses of language, capital and nation-state. In A. Duchêne; M. Heller (orgs.), Language in late capitalism: Pride and profit. Nova Iorque: Routledge, p. 1-21.

HELLER, M.; DUCHÊNE, A. (2016). Treating language as an economic resource: Discourse, data and debate. In N. Coupland (org.), Sociolinguistics: Theoretical debates. Cambridge, RU: Cambridge University Press, p. 139-156.

HELLER, M.; PIETIKÄINEN, S.; PUJOLAR, J. (2018). Critical sociolinguistics research methods. Nova Iorque: Routledge.

HOBSBAWM, E. (1990). Nations and nationalism since 1780. Cambridge, RU: Cambridge University Press. [HOBSBAWM, E. (1990). Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Tradução de M. C. Paoli e A. M. Quirino. São Paulo: Paz e Terra.]

IRVINE, J. (2021, 7-10 de junho). Revisiting theory and method in language ideology research [Conferência plenária]. E-Sociolinguistics Symposium 23. Hong Kong, China.

JAFFE, A. (2011). Critical perspectives in language-in-education policy: The Corsican example. In: McCarty, T. L. (org.), Ethnography and language policy. New York: Routledge, p. 205-229.

MOITA-LOPES, L. P. (2006). Linguística aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In L. P. Moita-Lopes (org.), Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 85-107.

MOITA-LOPES, L. P. (2013a). Ideologia linguística: como construir discursivamente o português no século XXI. In: L. P. Moita-Lopes (org.), Português no século XXI: ideologias linguísticas. São Paulo: Parábola, p. 18-52.

MOITA-LOPES, L. P. (2013b). Como e por que teorizar o português: recurso comunicativo em sociedades porosas e em tempos híbridos de globalização cultural. In: L. P. Moita-Lopes (Org.), Português no século XXI: ideologias linguísticas. São Paulo: Parábola, p. 101-119.

OLIVEN, R. G.; GARCEZ, P. M. (2020). “A mudança social se desenrola conflituosamente no terreno da linguagem”. Entrevista com Monica Heller (Professora da University of Toronto). Horizontes Antropológicos, v. 26, n. 57, p. 315-359. (DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71832020000200011)

PERLEY, B. C. (2021). Dare we hope? Journal of Sociolinguistics. Publicação eletrônica antecipada. (DOI: https://doi.org/10.1111/josl.12465)

URCIUOLI, B. (2008). Skills and selves in the new workplace. American Ethnologist, v. 35, n. 2, p. 211-228.

WILLIAMS, R. (1973). The country and the city. Londres: Chatto and Windus. [WILLIAMS, R. (1998). O campo e a cidade na história e na literatura. Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Cia. das Letras.]

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Trabalhos em Linguística Aplicada

Downloads

Não há dados estatísticos.