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Os marcadores de tempos indígenas e a etnomatemática
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Palavras-chave

Etnomatemática
Marcadores de tempos
Saber ambiental
Tempos indígenas

Como Citar

FILHO, João Severino; JANUÁRIO, Elias R. da Silva. Os marcadores de tempos indígenas e a etnomatemática: a pluralidade epistemológica da ciência. Zetetike, Campinas, SP, v. 19, n. 1, p. 37–70, 2011. DOI: 10.20396/zet.v19i35.8646645. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8646645. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho tratou o fenômeno dos marcadores de tempos indígenas enquanto uma manifestação sociocultural, a partir do olhar dos professores de diferentes etnias indígenas do estado do Mato Grosso, acadêmicos da Faculdade Indígena Intercultural da Unemat. Esse fenômeno revela-se como um exemplo de extraordinário conhecimento que as sociedades indígenas têm de si e dos territórios que habitam, numa relação recíproca entre as pessoas e destas com o ambiente, o que traz a possibilidade de uma produção científica impregnada e legitimada por eles, que tenha como fim e como condição para validá-la o bem-estar ambiental e social. O tempo, caracterizado como resultante da construção e da expressão dos modos de vida de uma sociedade, é concebido a partir do “saber matemático” e das respostas às necessidades de transcendência espiritual e teórica dos seres humanos. O saber matemático, na perspectiva do Programa Etnomatemática, de D’Ambrosio, perpassa toda essa dinâmica de relações e acomoda em seus fundamentos a compreensão de que ambiente e sociedade fazem parte de um único e indissociável corpo de pesquisa sobre os saberes produzidos por grupos culturalmente distintos, bem como sobre o processo dinâmico de produção, organização intelectual e social e disseminação desse conhecimento, além dos processos de adaptação e reelaboração que a acompanham.

https://doi.org/10.20396/zet.v19i35.8646645
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