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A empregabilidade nos Parâmetros Curriculares Nacionais: implicações e limites a formação humana
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Palavras-chave

Empregabilidade. Crise estrutural. Cidadania. Mercado consumidor. Formação humana.

Como Citar

MOREIRA, Luciano Accioly Lemos. A empregabilidade nos Parâmetros Curriculares Nacionais: implicações e limites a formação humana. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 9, n. 1, p. 124–135, 2008. DOI: 10.20396/etd.v9i1.743. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/743. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

O presente trabalho analisa, à luz da ontologia marxiana, a formação voltada para a empregabilidade contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998/1999), nos Temas Transversais (1998) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (1999). A análise desta problemática, com base nos fundamentos da perspectiva ontológico-marxiana, permitiu constatar que a formação na perspectiva da empregabilidade articula-se com as categorias da cidadania e do consumidor. A empregabilidade cumpre o papel de adequação dos indivíduos a um mercado de trabalho cada vez mais instável e em crise estrutural, tendo o campo da cidadania e do mercado consumidor como lugares naturais nas disputas e conquistas dos sujeitos sociais. A abordagem defendida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais apresenta a sociabilidade do capital como algo insuperável e intocável, cabendo apenas transformar a consciência dos homens, capacitando-os para o enfretamento dos desafios de um mundo tecnologicamente desenvolvido e economicamente mundializado. A critica realizada por nossa análise, pauta-se na explicitação das implicações e limites dessa proposta para a formação humana, compreendendo que a proposta dos documentos analisados mantém os efeitos do trabalho alienado sobre o trabalhador, legitimando e naturalizando a desumanização inerente às relações sociais da sociabilidade capitalista. Quanto à vida coletiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas Transversais sugerem a cidadania e o mercado consumidor. Entendemos que essa vida coletiva tem uma existência abstrata e vazia de sentido, pois restringe-se ao espaço da política e do mercado, controlados e necessários à reprodução desse sistema. E por fim, tentamos demonstrar as possibilidades de uma atividade educativa que vislumbre uma formação para além do capital. 

https://doi.org/10.20396/etd.v9i1.743
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Referências

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