Banner Portal
Estratégias de acesso ao Ensino Superior entre jovens universitários com experiência de trabalho na infância
PDF

Palavras-chave

Jovens. Ensino Superior. Estratégias. Capital social. Trabalho na infância.

Como Citar

ASTIGARRAGA, Andrea Abreu. Estratégias de acesso ao Ensino Superior entre jovens universitários com experiência de trabalho na infância. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 12, p. 1–23, 2010. DOI: 10.20396/etd.v12i0.857. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/857. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este artigo aborda o modus operandi de jovens egressos do Ensino Superior, oriundos da zona rural, com experiência de trabalho na infância e que acessaram os cursos elitizados da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, Ceará. A pesquisa autobiográfica dialogada foi relevante, tendo em vista que, em suas histórias de vida, as estratégias pessoais e familiares preponderaram diante do contexto de pobreza, subsistência, desde a infância, no Ensino Fundamental, passando pela adolescência, no Ensino Médio, à juventude, na Universidade. As principais estratégias verificadas em suas narrativas estão relacionadas com o capital social (relações interpessoais), os saberes e os valores transmitidos pela família. Verifica-se a urgência de políticas públicas de inclusão no Ensino Superior, para atender a uma demanda considerável de pessoas que não têm acesso a ela ou a acessam com muitas dificuldades, principalmente na UVA que, por ser universidade de âmbito estadual, não aplica as novas políticas “democráticas” do Ensino Superior, tais como ENEM e PROUNI. Os resultados da pesquisa poderão ser aplicados tanto no âmbito micro quanto no macro. O micro espaço da sala de aula pode sofrer grande influência no processo ensino-aprendizagem, quando se conhecem as estratégias escolares utilizadas pelos alunos. A administração central da universidade, visando ao planejamento estratégico de instâncias administrativas, tais como Pró-Reitoria de Graduação, Assuntos Estudantis, Iniciação Científica e Pesquisa, também poderá beneficiar-se deste estudo para a avaliação institucional.

https://doi.org/10.20396/etd.v12i0.857
PDF

Referências

ASTIGARRAGA, A. A. Trajetórias de jovens universitários (as): do trabalho infantil à universidade. Projeto de Iniciação Científica. Sobral: Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA; Fundação de Apoio à Pesquisa – FUNCAP, 2008.

ASTIGARRAGA, A. A. Perfil discente dos cursos de Direito, Enfermagem e Engenharia Civil da UVA. Revista Essentia, Sobral, v. 11, n. 1, jun./nov. 2009.

ABRAÃO, M. H. M. B.; SOUZA, E. (Org.). Tempos, narrativas e ficções: a invenção de si. Prefácio de Marie-Christine Josso. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006.

BATISTA, A. et al. Caminhadas de universitários de origem popular. Rio de Janeiro, RJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro: Pró-Reitoria de Extensão; Universidade Federal do Ceará, 2006. (Programa Conexão dos Saberes).

BISSERET, N. A ideologia das aptidões naturais. In: DURANT, J. C. G. (Org.). Educação e hegemonia de classe: as funções ideológicas da escola. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1979.

BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. 8. ed. São Paulo, SP: Papirus, 2007.

BOURDIEU, P.; PASSERON, J. C. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro, RJ: Vozes, 2008.

CATTANI, A. M.; OLIVEIRA, J. F. A educação superior. In: OLIVEIRA, R.P.; ADRIÃO, T. (Org.). A organização do ensino no Brasil: níveis e modalidades na Constituição federal e na LDB. São Paulo: Editora Xamã, 2002.

CARRANO, P. Jovens universitários: acesso, formação, experiências e inserção profissional. In: SPOSITO, M. (Coord.). O estado da arte sobre juventude na pós-graduação brasileira: Educação, Ciências Sociais e Serviço Social (1999-2006). Belo Horizonte: Argumentum, 2009. V. 01.

DIAS, A. I ; PASCUAL, J. G. Educação superior: estudo e trabalho para todos? In: MORAES, S. E. (Org.). Currículo e formação docente: um diálogo interdisciplinar. São Paulo, SP: Mercado das Letras, 2008.

MAYORGA, C. (Org.). Universidade cindida, universidade em conexão: ensaios sobre a democratização da universidade. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Org.). Pierre Bourdieu: escritos de educação. 10. ed. Rio de Janeiro, RJ: Vozes, 2008.

OLIVEIRA, D. A. A gestão democrática da educação no contexto da reforma do Estado. In: FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. . S. (Org.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. 5. ed. São Paulo, SP: Cortez, 2006.

PAIS, J. M. Vida cotidiana: enigmas e revoluções. São Paulo, SP: Cortez, 2001.

PAIS, J. M. Ganchos, tachos e biscates: jovens, trabalho e futuro. Porto: Ambar, 2001.

PASSOS, G. O.; PEREIRA, S. C. Desigualdade de acesso e permanência na universidade: trajetórias escolares de estudantes das classes populares. Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, ano 12, n.16, jan./jun. 2007.

PORTES, É. A. Algumas dimensões culturais da trajetória de estudantes pobres no ensino superior público: o caso da UFMG. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos – RBEP — INEP, Ministério da Educação, Brasília, v.87, n.216, maio/ago. 2006.

VON SIMSON, O. R. M. Itália-Brasil, experimentos com histórias de vida. In: VON SIMSON, O. R. M. (Org.). Experimentos com histórias de vida (Itália-Brasil). São Paulo, SP: Vértice; Revista dos Tribunais, 1988.

SOUZA, E. C. Pesquisa narrativa e escrita (auto)biográfica: interfaces metodológicas e formativas. In: SOUZA, E. C; ABRAHÃO, M. H. M. B. Tempos, narrativas e ficções: a invenção de si. Prefácio: Marie-Christine Josso. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006.

SPOSITO, M. P. Estudo sobre juventude em Educação. Revista Brasileira de Educação — ANPED, São Paulo, n.5, p.35-52, 1997.

WELLER, V. A contribuição de Karl Mannheim para a pesquisa qualitativa: aspectos teóricos e metodológicos. Sociologias, Porto Alegre, ano 7, n.13. jan/jun 2005.

WELLER, V. A entrevista narrativa e o método analítico de narrações segundo Fritz Schutze. [s.n.t.]

WELLER, V. Grupos de discussão e o método documentário de interpretação. [s.n.t.]

WELLER, V. Tradições hermenêuticas e interacionistas na pesquisa qualitativa: a análise de narrativas segundo Fritz Schütze. Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT14-4741--Int.pdf. Acesso em: 21 ago. 2010.

A ETD - Educação Temática Digital utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.