Resumo
A HQ “Liga Extraordinária” insere, numa mesma trama, diversos personagens clássicos da literatura fantástica inglesa do século XIX, porém procurando preservar o máximo possível as características descritas nos livros originais. Isso cria a necessidade da elaboração de um único espaço geográfico que seja capaz de justificar a presença simultânea de personagens que não foram idealizados para interagir harmoniosamente. Como resultado, a HQ se destaca por sua forma singular de representação do espaço geográfico, pouco comum na mídia, apresentando uma Londres do século XIX que destoa daquela que a maioria dos leitores está habituada, ainda que (ou por isso mesmo) seja mais adequada aos personagens que a habitam. Um “espaço extraordinário” tão (in)coerente e (des)harmonizado com seus “extraordinários” habitantes quanto o espaço real em relação a nós mesmos, encontrando assim eco nos recentes trabalhos da geógrafa americana Doreen Massey.
Referências
MASSEY, D. B. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 2008. 312p.
MOORE, A. Entrevista de Alan Moore para a G1 Pop & Art. Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL78296-7084,00.html. Acesso em: 24 fev. 2010.
MOORE, A.; GIBBONS, D. Watchmen. São Paulo, SP: Abril Jovem, 1989
MOORE, A; O’NEILL, K. A Liga Extraordinária. Trad. Leandro Luigi Del Man-to. São Paulo, SP: Devir, 2003. (v.1)
MOORE, A; WILLIAMS III, J. H. Promethea: a radiante cidade celestial. Pixel Magazine, Rio de Janeiro, n.4, 2007.
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