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A saúde na escola: da medicalização à perspectiva da psicologia histórico-cultural
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Palavras-chave

Medicalização. Práticas pedagógicas. Propostas curriculares. Psicologia histórico-cultural. Conceitos científicos e cotidianos.

Como Citar

SPAZZIANI, Maria de Lourdes. A saúde na escola: da medicalização à perspectiva da psicologia histórico-cultural. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 3, n. 1, p. 41–62, 2008. DOI: 10.20396/etd.v3i1.680. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/680. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho analisa os fundamentos das práticas pedagógicas da saúde na escola por meio do discurso do processo de medicalização da sociedade apresentado por Foucault, a partir da instauração da medicina moderna. A análise dos programas curriculares apresentados na literatura, no decorrer do século XX revelam que os pressupostos medicalizantes ecoam nas inúmeras propostas curriculares, quer seja àquelas relacionadas ao escolanovismo, à teoria da privação cultural, às propostas democráticas da década de 80, ou àquelas recentemente apresentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). O estudo conclui pela necessidade de rever os fundamentos das práticas pedagógicas da saúde a partir dos pressupostos da psicologia histórico-cultural para o desenvolvimento do aprendizado, que mais do que reorganizar os conteúdos do ensino, propõe os saberes escolares como um processo que requer uma elaboração que envolva a transformação dos modos de conceituar do aluno no sentido do conhecimento sistematizado, através das relações interpessoais, das trocas dialógicas sobre objetos ou fenômenos em que o conhecimento sistematizado está intimamente inter-relacionado ao conhecimento do cotidiano. 

https://doi.org/10.20396/etd.v3i1.680
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