Projeto tosco em ação: entre professores a serviço de uma educação militarizada e a fabulação do adolescente que superou as drogas

Resumo

O presente trabalho é parte da pesquisa que integra o projeto Materiais Didáticos e Paradidáticos sobre Medicamentos, Álcool e Outras Drogas para o Ensino Básico: abordagens, linhas de ação e finalidades, voltado à análise de publicações e programas que abordaram a temática nos últimos 20 anos no Brasil. Os objetos aqui analisados são os livros “Tosco” (MATTJE, 2009), paradidático escrito por Gilberto Mattje, e o seu suplemento “Compreendendo Tosco” (MATTJE, 2011), do mesmo autor - materiais base do projeto “Tosco em Ação”. As fontes utilizadas são diversas e compreendem documentos oficiais, jornais e periódicos, domínios virtuais oficiais. O objetivo era analisar: 1 – o processo de criação do projeto e sua entrada no Rio de Janeiro e no município de Seropédica; 2 – a obra como um texto ficcional, criado para o público infanto-juvenil e sua utilização como ferramenta docente para promover o debate sobre drogas e outros temas no ambiente escolar; 3 – o papel da escola e dos educadores no projeto. Tais investimentos foram feitos apoiado em referencial teórico proposto por Roger Chartier (1998), Paulo Freire (1996), Carlos Rodrigues Brandão (1982) e Howard Becker (2008). Como resultado, temos a caracterização de uma política de prevenção às drogas que foi gestada no âmbito do Comando da Polícia Militar e a iniciativa privada como parte de uma política de governo em algumas unidades da federação, incluindo o Rio de Janeiro; a ausência das agências educacionais nesse processo e o recrutamento do professor como multiplicador da proposta.