Abstract
O presente texto apresenta uma discussão acerca da história da educação escolar indígena no Brasil abordando questões afetas à política indigenista e educacional, destacando os interesses econômicos e políticos que estiveram e estão presentes nos diferentes projetos destinados à instrução para a civilização e ou para a inclusão indígena. Neste processo, destaca-se o papel das ordens religiosas católicas e protestantes que estiveram, em diferentes momentos históricos, à frente de uma educação voltada à civilização. A partir da década de 1990, em decorrência da crise econômica internacional dos anos de 1970, são os organismos internacionais como a UNESCO e Banco Mundial com seus parceiros, que passam a formular e orientar contundentemente, os projetos de inclusão social direcionados, principalmente, às chamadas populações vulneráveis. Neste contexto, a educação tem um papel preponderante.
References
AMOROSO, M. R. Mudança de hábito: catequese e educação para índios nos aldeamentos capuchinhos. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v. 13. n..37, junho 1998.
BANCO MUNDIAL. Exclusión social y redución de la pobreza em América Latina y el caribe. FLACSO/Banco Mundial, 2000. 312 p.
BARROS, Maria Cândida Drumond Mendes Educação bilíngüe, lingüística e missionários. Em Aberto. Brasília, v.14, n.63, jul./set. 1994.
BITTENCOURT, Libertad Borges. O movimento indígena organizado na América Latina: a luta para superar a exclusão. IV Encontro da ANPHLAC. Salvador, 2000.
BRASIL, leis e Decretos. Câmara dos Deputados. Decreto no 426, de 24 de Julho de 1845. Senado Brasileiro.
BRASIL. Lei n. 6.001. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Diário Oficial da União. Brasília, p. 13.177, seção I, 21 de dezembro de 1973.
COLLET, Celia Letícia G. “Quero progresso sendo índio”: o princípio da interculturalidade na educação escolar indígena. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2001.
COLLET, Célia L. G. Interculturalidade e educação escolar indígena; um breve histórico. Cadernos de Educação Escolar Indígena. Barra do Bugres-MT. v.2, n.1, 2003.
CPI - COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO/SP (Org.). A questão da educação indígena. São Paulo: Brasiliense, 1981.
DALE, Roger. Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”. Educação e Sociedade. Campinas. v.5, n.87, p.423-460, maio/ago.2004.
DELORS, Jacques (Org.). Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília: MEC/UNESCO, 1998.
EVANGELISTA, Olinda; SHIROMA, Eneida O. Profissionalização: da palavra à política. In: MORAES, Maria Célia M. de; PACHECO, J.A.; EVANGELISTA, O. (org). Formação de professores, perspectivas educacionais e curriculares. Porto: Porto Editora, 2003.
FAUSTINO, Rosangela Célia. Política educacional nos anos de 1990: o multiculturalismo e a interculturalidade na educação escolar indígena. Tese de Doutorado. Florianópolis, CED/UFSC: 2006.
FERNANDES, Florestan. Notas sobre a educação na sociedade Tupinanbá. In.: FERNANDES, Florestan. Investigação etnológica no Brasil e outros ensaios. Petrópolis: Vozes, 1975.
FONSECA, Marília. O Banco Mundial e a educação brasileira: uma experiência de cooperação internacional. In: OLIVEIRA, Romualdo P. (Org.) Política educacional: impasses e alternativas. São Paulo: Cortez, 1998.
GAGLIARDI, José Mauro, O indígena e a República. Hucitec: São Paulo, 1989.
GARCIA, E. F. O projeto pombalino de imposição da língua portuguesa aos índios e a sua aplicação na América meridional. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tem/v12n23/v12n23a03.pdf. Acesso em 20 de Maio de 2009.
GRIFFITHS, Thomas. El Banco Mundial y los pueblos indígenas de América Latina. Forest Peoples Programme de los Pueblos de los Bosques. Bolívia, 2000. Disponível em www.forestpeoples.org/Briefings/WorldBank.html Acesso em 08/06/2003.
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo de Educação Indígena. Brasília: INEP / SEF, 1999.
ISA - INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Povos indígenas no Brasil. Disponível em: http://www.socioambiental.org/pib/index.html Acesso em: janeiro de 2004.
MELIÁ, Bartomeu. Desafios e tendências na alfabetização em língua indígena. In: OPAN-OPERAÇÃO ANCHIETA. A conquista da escrita.. São Paulo: Iluminuras, 1989.
MELIÁ, Bartomeu. Educação indígena e alfabetização. São Paulo: Edições Loyola, 1979. (Coleção "Missão Aberta”).
MONSERRAT, Ruth. (org.) A conquista da escrita. São Paulo: Iluminuras, 1989.
MOTA, Lúcio Tadeu. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e as propostas de integração das comunidades indígenas no Estado Nacional. Diálogos, Maringá-UEM, n.2, p. 149-175, 1998.
MOYA, Ruth. Reformas educativas e interculturalidad em América Latina. Revista Iberoamericana de Educación: educación, lenguas, culturas. n.17, maio/agosto de 1998.
NEUWMAN, Bárbara. Ensino bilíngüe uma ponte para a integração. Informativo FUNAI. Brasília. n. 14, set. 1975.
PERES, Américo Nunes. A educação multi-intercultural é uma necessidade e uma exigência da sociedade actual. Jornal a Página da Educação, ano 11, n. 112, maio 2002.
PINTO, Estevão. Aspectos da educação entre os nossos remanescentes indígenas. In: PINTO, Estevão. Muxarabis & Balcões e outros ensaios. Brasiliana, v.303, série 5. São Paulo: Editora Nacional, 1958.
RIZO, Gabriela. Aprender a ser, aprender a reinventar: caminhos da UNESCO para a era global – O Relatório Delors, o Planejamento Estratégico Situacional e o Processo Civilizador. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2005.
SANTOS, Silvio Coelho dos. Índios e brancos no sul do Brasil: a dramática experiência Xokleng. Porto alegre: Movimento, 1987.
SCHADEN, Egon. Educação indígena. Problemas Brasileiros. São Paulo, abril, 1976. SIL –Sociedade Internacional de Lingüística. A SIL no Brasil. Disponível em http://www.sil.org/americas/brasil/portsilb.htm. Acesso em 12/06/2004
SILVA, Aracy Lopes da. A questão da educação indígena. São Paulo: Brasiliense, 1981.
SILVA, Márcio F.; AZEVEDO, Marta M. Pensando as escolas dos povos indígenas no Brasil: o movimento dos professores indígenas do Amazonas, Roraima e Acre. In.: SILVA. Aracy L; GRUPIONI Luís Donisete B. (orgs.) A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1 e 2 Graus. Brasília: MEC/MARI/UNESCO,1995. p.149-161
SIQUEIRA, Ângela C. de. O novo discurso do Banco Mundial e o seu documento de política educacional de 1999: a ênfase na comercialização da educação. XLIV Reunião Anual da Comparative and International Education Society. San Antonio - EUA, 2000.
TOWNSEND, G. C. El aspecto romantico de la investigación lingüistica. Peru Indígena. Lima, 1949.
UNESCO. Cultura y desarrollo. Informe de la Comisón Mundial de Cultura y desarrollo, 1996.
WARREN, D.; BERENDZEN. Educación del índio norteamericano: control indígena y el derecho de la utodeterminación. América Indígena. México. v. 36, n.4 oct.dec, 1976.
A Revista HISTEDBR On-line utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.