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Imperialismo total e educação na revolução burguesa no Brasil (1946-1985)
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Palavras-chave

Florestan Fernandes. Imperialismo total. Educação. Industrialização brasileira. Revolução burguesa.

Como Citar

RODRIGUES, Fabiana de Cássia; CAMPOS, Fábio Antonio de. Imperialismo total e educação na revolução burguesa no Brasil (1946-1985). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 18, n. 3, p. 698–718, 2018. DOI: 10.20396/rho.v18i3.8653148. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8653148. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O artigo tem por objetivo tratar das relações entre a educação no Brasil e as determinações advindas do que o sociólogo Florestan Fernandes chamou de “Imperialismo Total”. As ideias deste autor sobre os dilemas educacionais na consolidação da revolução burguesa no Brasil são a referência principal utilizada para a realização desta análise. Primeiramente discutiremos a forma “total” do imperialismo e suas relações com a contrarrevolução brasileira, evidenciando como se organiza a dominação externa a partir de dentro em todos os níveis da ordem social, com destaque para sua manifestação na área educacional. Na segunda parte do artigo, apresentamos o dilema educacional brasileiro que se expressa fortemente no pós-Segunda Guerra Mundial e os encaminhamentos dados a esta questão na ditadura instalada a partir de 1964. Concluímos que a educação brasileira sob o “imperialismo total” foi conduzida mediante um controle ideológico externo, sob a inspiração da teoria do capital humano, constituindo uma superestrutura que consolidou a precarização do ensino público, a dissociação da educação e os interesses de autonomia e soberania nacional, além da transformação crescente da educação em mercadoria.

https://doi.org/10.20396/rho.v18i3.8653148
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