Resumo
Este artigo tem como objetivo principal analisar a organicidade entre a crise da universidade pública e a de seus professores, buscando compreender seu efeito na função social de ambos. A partir do referencial teórico materialista histórico-dialético, os autores destacam que a opção epistemológica pode ser teoricamente associada à manutenção do controle social, ou à sua resistência, justificandointenções e finalidades postas à educação. Os autores assumem, dessa forma, a epistemologia da práxis como uma categoria emancipatóriacontra hegemônica, cujos princípios são propositivos no enfrentamento das atuais forças regulatórias e resistência aos novos “life styles” hegemônicos, postos às suas funções sociais.
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