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Professora Maria Gil e as pedras do caminho
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Palavras-chave

Escola rural
Educação do campo
Memória
Currículo

Como Citar

BATISTA, Ramiro Esdras Carneiro; RIBEIRO, Betânia de Oliveira Laterza; ALMEIDA, Maria Zeneide Carneiro Magalhães de. Professora Maria Gil e as pedras do caminho: memória dos primórdios da cultura escolar em Cônego Marinho, MG. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 22, n. 00, p. e022037, 2022. DOI: 10.20396/rho.v22i00.8667002. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8667002. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

A partir dos anos 1930, o governo se preocupou com a escolarização da população rural, então a maioria. Mas o ensino rural não cumpriu a contento as funções esperadas. Levou ao meio rural uma escolarização fundada no currículo para escola urbana incapaz de conter o êxodo campo–cidade na década de 1950. O campo não se esvaziou, e novas gerações demandaram educação mais condizente com sua vida em seu meio. Assim, uma educação do campo se impôs como política pública para instituir um modelo de educação à população do campo. Este artigo adentra esse terreno ao enfocar uma escola rural particular em sua transição para o sistema educacional público. O enfoque se sustenta na entrevista com a professora e administradora da “Escolinha rural”, no então distrito de Candeal, município de Cônego Marinho, MG. O estudo partiu desta questão: que tipo de escola era e como conduziu a escolarização? A indagação objetivou dialogar com memórias da vida rural e traços do que poderia ser chamado de cultura escolar comunitário-privada informal. A pesquisa recorreu à história oral como método-guia para produzir fontes mediante diálogos não estruturados; também se valeu de fontes documentais. Os resultados apontam que a “Escolinha rural” escapava ao modelo de escola rural dissipado pela escola do campo. Sua existência não dependia do Estado. Ainda assim, tal qual o ensino rural impôs à escola rural um currículo estranho às demandas do meio, a escolinha foi subsumida por um modelo de escola do campo cujo currículo lhe era estranho.

https://doi.org/10.20396/rho.v22i00.8667002
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