Anos 1970: da vanguarda a pós-vanguarda
PDF

Palavras-chave

Anos 1970
vanguarda artística
arte pós-vanguardista
estética
política.

Como Citar

FABBRINI, Ricardo Nascimento. Anos 1970: da vanguarda a pós-vanguarda. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 1, n. 3, p. 205–216, 2017. DOI: 10.24978/mod.v1i3.873. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8662237. Acesso em: 4 dez. 2024.

Resumo

O artigo caracteriza os anos 1970 como o período das últimas vanguardas artísticas e das primeiras manifestações da arte pós-vanguardista. Recorrendo aos críticos da cultura Peter Burger, Fredric Jameson e Andreas Huyssen, especifica as mudanças no imaginário artístico nessa década. Mostra que para Burger embora as intenções políticas das vanguardas não tenham sobrevivido, não pode ser ignorar o seu legado no nível artístico, pois essas manifestações teriam colocado à disposição dos artistas pós-vanguardistas uma pluralidade de meios, técnicas e procedimentos. Destaca, ainda, a caracterização da arte dita pós-moderna por Jameson como uma combinação de signos disparatados, amealhados gratuitamente do passado, daí resultando, paradoxalmente, amnésia histórica. Por fim, o artigo mostra que Huyssen considera essa guinada do olhar, do futuro ao passado, como progressista, isto é, como a consciência histórica que permitiu recuperar o continuum no tempo após as sucessivas rupturas com a tradição artística, decretadas pelas vanguardas. É na arte como efetuações singulares que vários artistas, desde o fim dos anos 1970, trabalhando sobre as ruínas do modernismo - tensionando estética e política em formas artísticas estruturadas – atendem tanto as necessidades da política, quanto da estética. Os anos 1970 mostraram, assim, conclui o artigo, que a política é efetuada, desde o fim das vanguardas, por uma estética não programática do artista.

https://doi.org/10.24978/mod.v1i3.873
PDF

Referências

ADORNO, Theodor. Teoria estética. São Paulo: Martins Fontes, 1982.

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó (SC): Argos, 2009.

BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

__________, Estética relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009a.

__________, Radicante: por uma estética da globalização. São Paulo:Martins Fontes, 2011.

BÜRGER, Peter. Teoria da vanguarda. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2010.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante do tempo: História da arte e anacronismo das imagens. São Paulo: Editora UFMG, 2015.

FABBRINI, Ricardo Nascimento. A arte depois das vanguardas. Campinas: Editora da Unicamp, 2002.

FAVARETTO, Celso Fernando, Arte e cultura nos anos 60: resistência e criação. In: SANTOS, Juana E. (org.). Criatividade, Âmago das diversidades Culturais: A Estética do Sagrado. Salvador, SECNEB, 2010.

__________, S/T. In: Arte em Revista, CEAC: Centro de Estudos de Arte Contemporânea, ano 5, n.7, ago. 1983.

FOSTER, Hal. Recodificação: Arte, espetáculo, política cultural. São Paulo: Casa Editorial Paulista, 1996.

FREITAS, Artur, Arte de Guerrilha: Vanguarda e Conceitualismo no Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

GREENBERG, Clement. Arte e cultura: ensaios críticos. São Paulo: Ática, 1996.

HEGEL, G.W.F. Cursos de Estética I. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

HABERMAS, Jurgen. Arquitetura moderna e pós-moderna. In Novos estudos CEBRAP. No. 18. São Paulo. set. 1987.

HUYSSEN, Andreas. Mapeando o pós-moderno. In: DE HOLANDA, Heloisa Buarque (org.). Pós-modernismo e Política. Rio de Janeiro: Rocco, 1991.

_______, Culturas do passado-presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória. Rio de Janeiro: Contraponto, Museu de Arte do Rio (MAR), 2014.

JAMESON, Fredric. Pós-modernidade e sociedade de consumo. In Novos Estudos CEBRAP. São Paulo: CEBRAP, no. 12, jun. 1985.

_________, Periodizando os anos 70. In DE HOLANDA, Heloisa Buarque (org.). Pós-modernismo e política. Rio de Janeiro: Rocco, 1991.

_________, A Cultura do dinheiro: ensaios sobre a globalização. Petrópolis: Vozes, 1991a.

_________, A virada cultural: reflexões sobre o pós-moderno. Petrópolis: Vozes, 2001.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

KOSSOVITCH, Leon. Rancière e a Labor. In. Textura: Revista de Psicanálise, no. 5. São Paulo Publicações Reuniões Psicanalíticas, 2005.

LYOTARD, Jean-François. O Pós-Moderno. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.

MORAIS, Frederico. Artes Plásticas: A Crise da Hora Atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

OLIVA, Bonito Achille. La trans-vanguardia. Buenos Aires: Rosemberg-Rita, 1982.

ROLNIK, Suely, & DISERENS, Corinne. Lygia Clark, da obra ao acontecimento: Somos o molde. A você cabe o sopro. São Paulo: Musée des Beaux-Arts de Nantes/ Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2004.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2018 MODOS

Downloads

Não há dados estatísticos.