Natureza-morta escrita
PDF

Palavras-chave

Proust
objetos
memória
estética do acúmulo
natureza-morta.

Como Citar

D’ANGELO, Biagio. Natureza-morta escrita: Para uma estética do objeto em À la recherche du temps perdu, de Marcel Proust. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 2, n. 2, p. 214–223, 2018. DOI: 10.24978/mod.v2i2.1159. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8663302. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este artigo pretende estudar as articulações entre a obra de Proust, Em busca do tempo perdido, e o gênero pictórico da natureza-morta. Para tanto, serão retomadas e problematizadas questões como a complexa relação entre mimesis e ekphrasis; a estética do objeto na representação artística, seja visual ou literária; a estética enciclopédica do “acúmulo”, consequência da representação objetual; os limites entre o sujeito-observador e o objeto-observado; o discurso da memória, ligada ao trabalho poético do acúmulo de objetos, visto como, principalmente, memento mori. A hipótese dessas páginas é que a ideia da Recherche ser uma imensa “natureza-morta literária” onde os objetos e sua representação, mesmo na lógica do acúmulo, podem ser considerados como personagens ficcionais, e não meros acessórios, oferecendo assim uma estética do objeto, peculiar na história da cultura textual.

https://doi.org/10.24978/mod.v2i2.1159
PDF

Referências

BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 2008.

BERGSTRÖM, Ingvar. Historical introduction. In: Dutch still life painting in the seventeenth century. 2 ed. Translated by Christina Hedström. New York: Hacker Art Books, 1983, p. 1-41.

BERTHO, Sophie. Ruskin contre Sainte-Beuve: le tableau dans l’esthétique proustienne. Littérature, Paris, n. 103, p. 94-112, 1996.

COMETA, Michele. Un'antropologia del falso: letteratura e pittura. In: SCALABRONI, L. (ed.). Falso e falsi. Prospettive teoriche e proposte di analisi. Pisa: ETS, 2010, p. 189-208.

FRAISSE, Luc. L'Œuvre cathédrale. Proust et l'architecture medievale. Paris: Corti, 1990.

GROOTENBOER, Hanneke. The paradox of still life. Oxford Art Journal, Oxford, vol. 34, issue 3, p. 486-488, 2011.

HAMON, Philippe. Du descriptif. Paris: Hachette, 1993.

HERBERT, Zbigniew. Selected Poems. Harmondsworth: Penguin Books, 1968.

LEANDRO VILELA, João Gonçalves. A poética do detalhe no episódio da lanterna mágica em À la recherche du temps perdu. 2015. Tese (Doutorado em Estudos Lingüísticos, Literários e Tradutológicos em Francês) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

MCDONALDS, Christie; PROULX, François. Proust and the arts. Cambridge: Cambridge University Press. 2015.

ORLANDO, Francesco. Gli oggetti desueti nelle immagini della letteratura. Torino: Einaudi, 2015.

PROUST, Marcel. À la recherche du temps perdu. Paris: Édition en 7 volumes Direction de J.-Y. Tadié, 1988-1990.

______. Alla ricerca del tempo perduto, a cura di Luciano De Maria, edizione annotata da Alberto Beretta Anguissola e Daria Galateria, traduzione di Giovanni Raboni, "Oscar" in 8 volumi, Milano: Mondadori, 1983 e 1989-2001.

______. Chardin: The essence of things. In: ______. Against Sainte-Beuve and other essays. Transl.by John Sturrock. London: Penguin Books, 1994, p.101-106.

______. Em busca do tempo perdido. Traduções por Mário Quintana (vols. 1 a 4), Manuel Bandeira e Lourdes Sousa Alencar (vol. 5), Carlos Drummond de Andrade (vol. 6) e Lúcia Miguel Pereira (vol. 7). São Paulo: Globo, 2010-2012.

YOSHIKAWA, Kazuyoshi. Proust et l’art pictural. Paris: Honoré Champion, 2010.

______. Proust et Rembrandt, In: BRUN, Bernard et al. (Org.). Marcel Proust 6: Proust sans frontières. Caen: Lettres Modernes Minard, 2007, p. 105-120.

SOULAGES, François. Les archives des temps effacés. In: D’ANGELO, Biagio; SOULAGES, François (eds). Temps. Photographie & littérature. Écrits parisiens 2017-2018, 2. Paris: L’Harmattan, 2018.

STERLING, Charles. La nature morte de l’antiquité à nos jours. Paris: Éditions Pierre Tisné, 1952.

STOICHITA, Victor. The Surprised Eye. In: The self-aware image: an Insight into early modern meta-painting. Translated by Anne-Marie Glasheen. Cambridge: University Press, 1997, p. 3-63.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2018 MODOS

Downloads

Não há dados estatísticos.