Resumo
Este artigo revisa a participação suíça na 1a Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo a partir da análise de textos críticos de época e da correspondência entre os organizadores da mostra, o artista Max Bill e autoridades suíças, depositados no Arquivo Wanda Svevo da Fundação Bienal e no Arquivo Federal da Suíça, em Berna. Além disso, a identificação da maior parte das obras que integraram a delegação suíça na 1a Bienal demonstra que o país apresentou um panorama variado da arte moderna desenvolvida em seu território e que, mesmo os exemplos de arte concreta presentes na mostra não constituíram uma unidade conceitual. A pesquisa revela que não houve entre os artistas suíços um consenso sobre o conceito de arte concreta e que a visão de Max Bill sobre o assunto, longe de ser uma unanimidade entre seus pares, não se limitou a uma defesa de métodos matemáticos rígidos.
Referências
ALAMBERT, F.; CANHÊTE, P. Bienais de São Paulo: da era dos museus à era dos curadores. São Paulo: Boitempo, 2004.
AMARAL, A. Duas linhas de contribuição: concretos em São Paulo/ neoconcretos no Rio. In: AMARAL, A. (Org.). Projeto Construtivo Brasileiro na Arte (1950-1962). Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1977.
BILL, M. Sophie Taeuber-Arp. In: FONDATION ARP. Sophie Taeuber: rythmes plastiques, réalités architecturales. Clamart: Fondation Arp, 2007.
BÔAS, G. V. Concretismo. In: BARCINSKI, F. W. (O.rg.). Sobre Arte Brasileira: da pré-história aos anos 1960. São Paulo: Edições Sesc; WMF Martins Fontes, 2014, p. 285.
BURKHALTER, S. Kachinas and Kinesthesia: Dance in the art of Sophie Taeuber-Arp. In: SCHMUTZ, T. et al (Orgs.). Sophie Taeuber-Arp: Today is Tomorrow. Aarau: Aargauer Kusthaus; Bielefeld: Kunsthalle Bielefeld; Zurique: Scheidegger & Spiess, 2014, p. 226-232.
CINTRÃO, R.; NASCIMENTO, A. Grupo Ruptura: revisitando a exposição original. São Paulo: Cosac Naify; Centro Universitário Maria Antônia da Universidade de São Paulo, 2002.
COSTA, H. Entre o local e o global: a invenção da revista O Cruzeiro. In: COSTA, H.; BURGI, S. (Orgs.). As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2012, p. 8-31.
D’ORGEVAL, M. Sophie Taeuber-Arp. In: LEMOINE, S. (Org.). Art concret. Mouans-Sartoux: Espace de l’Art Concret, 2000 [Catálogo de exposição], p. 103-104.
ESPADA, H. (Org.). Arquivo Peter Scheier. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2020.
GAUTHEROT, F. Richard Paul Lohse. In: DOROUX, X.; GAUTHEROT, F.; LEMOINE, S. (Orgs.). Art concret suisse: mémoire et progrès. Dijon: Le coin du miroir, Fondation Pro Helvetia, Université de Dijon, 1982. [Catálogo de exposição].
GOUVEIA, S. M. M. O homem, o edifício e a cidade por Peter Scheier. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – FAU/USP, 2008;
GULLAR, F. Arte Concreta no Brasil. In: Etapas da Arte Contemporânea: do Cubismo à Arte Neoconcreta. Rio de Janeiro: Revan, 1999.
KELLER, H. Suíça. I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo (1. edição). São Paulo: MAM SP, 1951.
MARI, M. Falsificações à venda? Sophie Taeuber-Arp e o caso da Terceira Bienal de São Paulo. MODOS. Revista de História da Arte. Campinas, v. 4, n. 2, p. 74-89, mai. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.24978/mod.v4i2.4532. Acesso em: setembro de 2021.
MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO. I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1951.
PAIVA, Rodrigo Otávio da Silva. Max Bill no Brasil. Berlim: Verlag 13, 2011.
TSCHOPP, W. Walter Bodmer. Maler und Plastiker 1903-1973. Zwischen Surrealismus und Konstruktion. Biblioteca SIK-ISEA (Das Schweizerisches Institut für Kunstgeschäft), Zurique. Basel: Editions Galerie “zem Specht”, 1985.
VERGEZ, V. L’art concrete de sa fondation au début des années quarante”. In: LEMOINE, S. (Org.). Art concret. Mouans-Sartoux: Espace de l’Art Concret, 2000 [Catálogo de exposição].

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Heloisa Espada