Pragmatismo utópico
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Palavras-chave

Cartografia estético-ético transcultural
Novas institucionalidades emergentes
Labor textil ch’ix

Como Citar

VERGARA, Luiz Guilherme. Pragmatismo utópico: labor textil/coincidentia oppositorum. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 6, n. 2, p. 481–515, 2022. DOI: 10.20396/modos.v6i2.8668503. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8668503. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Para abordar novas institucionalidades entrelaçam-se aqui, como forma viva de um processo de Labor Textil Ch’ixi, de Silvia Cusicanqui, diferentes conceitos afins – desde a Coincidentia (ou Coincidatio) Oppositorum, o princípio de não localidade para o Mundo Emaranhado de Denise Ferreira, Quiasma de Merleau Ponty, el Cuerpo-Território de Veronica Gago e o reencantamento do mundo pela retomada de uma política do Comum de Silvia Federici. Em contraponto, tem-se o desfazimento de Demos que Tatiana Roque e Josué Medeiros abordam, explorando a crise da democracia através do colapso de suas instituições de cidadania em três rupturas – confiança, legitimidade e autoridade. O emaranhamento do mundo pode ser também abordado pelas viradas paradigmáticas que envolvem desde a hipótese de Gaia, por Lynn Margulis e James Lovelock, às diversas releituras, como Regenerantes de Gaia de Fabio Scarano, as “associoções multiespécies” e o pós “excepcionalismo humano” explorado por Emanuele Coccia e Anna Tsing, entre outros. Assim, outros entrelaçamentos e fios são tecidos como viradas éticas planetárias e transtemporiais das artes, tais como a obra de Hélio Oiticica, Devolver a Terra à Terra, em seu último CONTRABÓLIDE n. 1. Esse “Labor Textil”(inspiração Ch’ixi) configura uma perspectiva das práticas artísticas como institucionalidades regenerantes de Demos e Gaia, para a sua inclusão e devolução inseparável do mundo-abrigo-abismo.

https://doi.org/10.20396/modos.v6i2.8668503
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