Resumo
O trabalho busca apresentar as matrizes artísticas híbridas e as circulações de imagens de diversas tradições materializadas no trabalho de Emmanuel Nassar (n. 1949), sobretudo na série Trapioca, feita em 2021. Pretende refletir sobre como as noções de modernidade podem ser lidas em complexos cenários periféricos, como no Brasil e na Amazônia, estabelecendo sistemas visuais e estéticos que misturam operações e imagens estrangeiras com características e princípios locais. Essa reflexão é motivada pela insurgente revisão historiográfica sobre os impactos do modernismo no panorama das artes no Brasil e na heterogeneidade da produção brasileira, especialmente fora dos principais núcleos de discussão já consagrados.
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