Quantos "modernismos" cabem numa modernidade?
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Palavras-chave

Modernismo
Modernidade
Identidade cultural
Sincronia
Anacronia

Como Citar

MEDEIROS, Afonso. Quantos "modernismos" cabem numa modernidade?. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 6, n. 3, p. 300–316, 2022. DOI: 10.20396/modos.v6i3.8668870. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8668870. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Nas intenções deste breve texto, que pretende sublinhar algumas das concepções de moderno visíveis no recente debate sobre os modernismos, configura-se a hipótese de que alguns modernismos do início do século XX, inclusive aqueles aludidos pelo Manifesto Antropófago, fundam suas raízes numa anacronia identitária que atravessa a própria figuração da modernidade euro-ocidental desde o século XVI. Consequentemente, o presente (nos dois sentidos) do modernismo brasileiro seria uma tomada de consciência sobre nosso ser antropofágico, então considerado como herança indígena. Esse ser/estar modernista naquele presente teve, como veremos, um caráter tanto histórico quanto filosófico e estético, o que nos autorizaria a tentativa de compreender a modernidade do outro (europeu) a partir das entranhas da (anti)colonialidade de si. Para tanto, recorre-se a autores que teorizaram o moderno, tais como Oswald de Andrade, Benedito Nunes, Philadelpho Menezes e Philippe Dagen, dentre outros.

https://doi.org/10.20396/modos.v6i3.8668870
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Referências

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