Resumo
Este artigo reflete o processo em andamento do projeto artístico Lapidários: uma sessão expositiva e reprodutiva das pedras, em especial, o deslocamento de um acervo constituído privadamente, uma seção da biblioteca, de publicações de artistas e de autores do campo das humanidades tendo a pedra e suas interlocuções com outros campos para o espaço de exposição, uma sessão expositiva, em junho de 2022, da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo em Porto Alegre, contando com a interação dos visitantes, bem como uma encontro com artistas que doaram ao projeto publicação. Valendo como base teórica reflexões sobre a biblioteca de Georges Perec, o colecionismo segundo Walter Benjamin, bem como a histografia da mesa através de Leo Steinberg, Georges Didi-Huberman, Yves Alain-Bois e Rosalind Krauss e poéticas como as de Rachel Whiteread e Robert Rauschenberg, objetiva, a partir da sessão expositiva ocorrida, refletir brevemente sobre a organização e o locus em que uma biblioteca se instala e mais detidamente sobre a mesa como dispositivo de apresentação e exposição do conhecimento sobre pedras condensado a partir de ínumeros exemplares impressos e entre si postos em articulação, bem como as questões de horizontalidade que permeia as produções contemporâneas e a visualidade da imagem.
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