As premiações das primeiras Bienais de São Paulo (1951-1965)
PDF

Palavras-chave

Bienais de São Paulo. Arte do pós-guerra. Reconhecimento artístico. História da arte global.

Como Citar

CERCHIARO, Marina. As premiações das primeiras Bienais de São Paulo (1951-1965): Um enfoque quantitativo e geográfico. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 4, n. 2, p. 55–72, 2020. DOI: 10.24978/mod.v4i2.4583. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8662836. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

O objetivo deste artigo é, por meio da análise quantitativa, dar um panorama da distribuição geográfica das premiações das delegações estrangeiras das primeiras Bienais de São Paulo (1951-1965). Pretende-se refletir sobre as relações entre espaço, nacionalidade e poder que operam nas premiações e seus impactos sobre o reconhecimento artístico. A intenção é delinear os mapas das artes traçados pelos prêmios de modo a analisar suas assimetrias geográficas, visualizar especificidades e indagar sobre possíveis tendências gerais. Conclui-se que os prêmios privilegiam a pintura em detrimento das outras modalidades artísticas, como a escultura, e, ao longo das oito edições, concentram-se geograficamente em países da Europa Ocidental (em particular Itália, França, Grã-Bretanha e Alemanha), Estados Unidos e Iugoslávia. No entanto, as premiações não reproduzem necessariamente as ideias canônicas a respeito da arte do período, levantando questões que merecem ser investigadas mais a fundo por pesquisas qualitativas. 

https://doi.org/10.24978/mod.v4i2.4583
PDF

Referências

ARRUDA, M. A. N. Metrópole e cultura: São Paulo no meio século XX. Bauru, SP: EDUSP, 2015.

BELTING, H. Ciência da arte e vanguarda. In: _____. O fim da história da arte. Uma revisão dez anos depois. São Paulo: Cosac Naify, 2006. p. 235-242.

CAUTE, D. The dancer defects. The struggle for Cultural supremacy during the Cold War. New York: Oxford, 2003.

CORRÊA, S. A. A Bienal de São Paulo: pós-colonial ou neo-colonial? Reflexões para uma etnografia da arte contemporânea no Brasil. In: Anais da 30ª RBA, ago. 2016, João Pessoa. Disponível em: ˂http://www.evento.abant.org.br/rba/30rba/files/1467331028_ARQUIVO_RBA_2016_Amelia_Correa.pdf˃. Acesso em: 13 mar.2020.

COUTO, M. F. M. La cuestión latinoamericana en las Bienales realizadas en Brasil. CAIANA, Revista de Historia del Arte y Cultura Visual del Centro Argentino de Investigadores de Arte CAIA, Buenos Aires, vol. 10, 2017, p. 48-60.

DAGEN, P. La mondialisation de l’art – une fable commode. In: VANCI-PERAHIM, Marina; WERMESTER, Catherine. Atlas et les territoires du regard. La géographie de l’histoire de l’art (XIXe-XXe siècles). Paris: Éditions de la Sorbonne, 2006, p. 233-241.

DOSSIN, C. Beyond the Clichés of “Decadence” and the Myths of “Triumph”: Rewriting France in the Stories of Postwar Western Art. In: _____ (ed.). France and the Visual Arts since 1945: Remapping European Postwar and Contemporary Art. Nova York/London: Bloomsburry Visual Arts, 2019, p. 1-22.

_____. The Rise and Fall of American Art, 1940s-1980s: A Geopolitics of Western Art Worlds. London: Routledge, 2015.

_____; JOYEUX-PRUNEL, B. Introduction: Arts, Spaces, Identities. Artl@s Bulletin, 2, n. 1, 2013.

DUVE, T. et al. The Art Biennial as a Global Phenomenon Strategies in Neo-Political Times. Rotterdam: NAi Publishers, 2009.

FARIAS, A. Bienal 50 anos, 1951-2001. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2001.

GETSY, D. Tactility and Opticality, Henry Moore or David Smith: Herbert Read and Clement Greenberg on The Art of Sculpture, 1956. In: PARASKOS, M. Re-Reading Read: New views of Herbert Read. London: Freedom Press, 2008. p. 105-121. Disponível em: ˂https://www.getty.edu/museum/symposia/pdf_stark/stark_getsy.pdf˃. Acesso em: 20 jul. 2017.

GIUNTA, A. Vanguardia, internacionalismo y política. Arte Argentino en los años sesenta. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2008.

GRANDAL MONTERO, G. Biennalization? What biennalization?: the documentation of biennials and other recurrent exhibitions. Art Libraries Journal, 37 (1), p. 13-23, 2012.

JOYEUX-PRUNEL, B. Art history and the global: deconstructing the latest canonical narrative. Journal of Global History, 14 (3), p. 413-435, 2019.

______. Graphs, charts, maps: plotting the global history of modern art. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 67, p. 17-37, ago. 2017.

MAGALHÃES, A. G. A Bienal de São Paulo, o debate artístico dos anos 1950 e a constituição do primeiro museu de arte moderna do Brasil. Museologia & interdisciplinaridade, vol. 1, n. 7, out./nov. 2015.

______. Bienal de São Paulo/MAM: Revisitando a Constituição de um Acervo Modernista. Anais do XXXIII Colóquio CBHA - Arte e suas instituições. Rio de Janeiro: UFRJ, 2013, p. 267-481.

MALBERT, M. Biennale de Venise: art et géostratégie. In: VANCI-PERAHIM, Marina; WERMESTER, Catherine. Atlas et les territoires du regard. La géographie de l'histoire de l'art (XIXe-XXe siècles). Paris: Éditions de la Sorbonne, 2006, p. 301-315.

MASOLIVER, J. R. Apresentação da delegação da Espanha. In: MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO. Catálogo da II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo: EDIAM, 1953.

MILLIET, S. Introdução. In: MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO. Catálogo da II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo: EDIAM, 1953.

PLANTE, I. Argentinos de Paris. Arte y viajes culturales durante los años sesenta. Buenos Aires: Edhasa, 2013.

QUEMIN, A. L’illusion de l’abolition des frontières dans le monde de l’art contemporain international. La place des pays "périphériques" à "l’ère de la globalisation et du métissage". Sociologie et sociétés, 31 (2), p. 15-40, 2002.

SERVIDDIO, F. Arte y crítica en Latinoamérica durante los años setenta. Colección Historia del Arte Argentino y Latinoamericano. Buenos Aires, Miño y Dávila, 2012.

SPRICIGO, V. P. Relato de outra modernidade: contribuições para uma reflexão crítica sobre a mediação da arte no contexto da globalização cultural. Tese (Doutorado em Cultura e Informação). São Paulo: ECA USP, 2010.

WU, C. Bienais sem fronteiras? Novos estudos CEBRAP. São Paulo, n. 94, p. 109-116, nov. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002012000300005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 5 mar. 2020.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 MODOS

Downloads

Não há dados estatísticos.