Entre um mundo e o dos Outros
PDF

Palavras-chave

Musealização. Descolonização. Magia. Performance museal.

Como Citar

BRULON, Bruno. Entre um mundo e o dos Outros: Magia e descolonização na performance museal. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 3, n. 3, p. 243–264, 2019. DOI: 10.24978/mod.v3i3.4302. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8663185. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

O artigo apresenta possibilidades para a descolonização dos processos de musealização utilizando a teoria sobre a magia de Marcel Mauss como instrumento para pensar ritualmente o trabalho técnico de preservação e transmissão de bens culturais. Aplica os conceitos teóricos propostos por Mauss à performance museal em duas instituições distintas: o Musée du quai Branly, em Paris, e o Ilê Obá Ogunté – Sítio de Pai Adão, em Recife, Pernambuco. A partir da observação etnográfica de rituais religiosos e não religiosos nas duas realidades culturais estudadas, traça algumas considerações gerais sobre os processos de profanação nos museus e nos terreiros que caracterizam o rito ocidental da musealização.    

https://doi.org/10.24978/mod.v3i3.4302
PDF

Referências

AGAMBEN, G. Elogio da profanação. In: ____. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2018. pp.65-79.

ALPERS, S. A way of seeing. In: KARP, Ivan & LAVINE, Steven D. (ed.). Exhibiting cultures. The poetics and politics of museum display. Washington / London: Smithsonian Institution Press, 1991, p.25-32.

ALVES, M. Povo Xambá resiste: 80 anos da repressão aos terreiros em Pernambuco. Recife: Cepe, 2018.

BAZIN, J. Le roi sans visage. In:____. Des clous dans la Joconde. L’anthropologie autrement. Toulouse: Anacharsis, 2008. pp.251-269.

CHAGAS, M. A imaginação museal: museu, memória e poder em Gustavo Barroso, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. Rio de Janeiro, 2003. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003.

CIARCIA, G. Notes autour de la memoire dans les lieux ethnographiques. Ethnologies comparées, n. 4, printemps 2002. Centre d’etudes et de recherches comparatives en ethnologie. Disponível em: <http://www.lahic.cnrs.fr/spip.php?article5. Acesso em: 20 out. 2009.

CLIFFORD, J. Sobre o surrealismo etnográfico. In: GONÇALVES, José Reginaldo S. (org.). A experiência etnográfica. Antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008, p.121-162.

COSTA, Manoel do Nascimento. Entrevista concedida a Bruno Brulon em 8 mai. 2019. Ilê Obá Ogunté Sítio de Pai Adão, Recife, 2019.

DELPUECH, André. Entrevista concedida a Bruno Brulon em 13 dez. 2011. Musée du quai Branly, Paris.

DIAS, N. Musées. In: BONTE, Pierre & IZARD, Michel (dir.). Dictionnaire de l’ethnologie et de l’anthropologie. Paris: Quadrige/PUF, 1991.

DOSSE, F. Le moment ethnologique dans la culture française. Le débat - histoire, politique, société. n. 147, nov.-déc., p.100-111. Gallimard, 2007.

FREYRE, G. Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife. São Paulo: Global, 2007.

GODELIER, M. L’énigme du don. Paris : Flammarion, 2008.

_____. Au fondement des sociétés humaines. Ce que nous apprend l’anthropologie. Paris: Albin Michel. Idées, 2007.

HALLEY, B. M. Nas verdades e lugares de um catimbolado: geomemórias de Pai Adão no Recife, em Salvador e na África (1878-1936). In: Anais do XIX Encontro Nacional de Geógrafos, 2018. Disponível em: ˂http://www.eng2018.agb. org.br/site/anaiscomplementares˃. Acesso em: 8 ago. 2019.

HEINICH, N. La fabrique du patrimoine. De la cathédrale à la petite cuillère. Paris: Éditions de la Maison des Sciences de l’Homme, 2009.

L’ESTOILE, B. de. Le goût des Autres. De l’exposition coloniale aux arts premiers. Paris: Flammarion, 2007.

LÉVI-STRAUSS, C. Mythologiques. L’homme nu. v. 4. Paris: PLON, 2009 [1971].

MAUSS, M. Esboço de uma teoria geral da magia. In:____. Sociologia e Antropologia. São Paulo: CosacNaify, 2005, p.49-178.

MUSÉE DU QUAI BRANLY – Jacques Chirac (site do museu). Expositions et évènements. Les maîtres du désordre. 2019. Disponível em: ˂http://www.quaibranly.fr/fr/expositions-evenements/au-musee/expositions/details-de-levenement/e/les-maitres-du-desordre-34617/˃. Acesso em: 10 ago. 2019.

PRANDI, R. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

RELAÇÃO dos manequins. Documento assinado por Manoel do Nascimento Costa contendo a descrição e o orçamento dos objetos a serem confeccionados para a seção de “Cultura Afro-Brasileira”. Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Serviço Externo. Arquivo documental do Museu do Homem do Nordeste. Fundação Joaquim Nabuco – FUNDAJ, Recife.

SCHECHNER, R. Between theater and anthropology. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1985.

SEGALEN, V. Essai sur l’exotisme. Paris: Fata Morgana, 1986.

SIMAS, L. A.; RUFINO, L. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.

STRÁNSKÝ, Z. Z. Museology as a Science (a Thesis), Museologia, n. 15, XI, 1980, p. 33-39.

TURNER, V. Images and reflections: ritual, drama, carnival, film, and spectacle in cultural performance. In: _____. The Anthropology of Performance. New York: PAJ Publications, 1988.

VAN GENNEP, A. The rites of passage. London: Routledge, 2004 [1960].

VIATTE, G. In: QUAI BRANLY. L’Autre Musée. Escrito e produzido por Augustin Viatte. 1DVD (52 minutos), color, 2006.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 MODOS

Downloads

Não há dados estatísticos.