Artista enquanto curador
PDF

Palavras-chave

33ª Bienal de São Paulo
artistas-curadores
práticas artísticas e curatoriais
autorias
curatorialização.

Como Citar

DALCOL, Francisco. Artista enquanto curador: Das convergências e dissoluções entre práticas artísticas e curatoriais. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 3, n. 1, p. 281–299, 2019. DOI: 10.24978/mod.v3i1.4117. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8662921. Acesso em: 29 mar. 2024.

Resumo

O artigo parte do modelo curatorial da 33ª Bienal de São Paulo, no qual artistas-curadores assumiram a responsabilidade pelas escolhas e decisões que guiaram o processo de concepção e organização das mostras coletivas que compuseram o conjunto expositivo. Ao analisar a intenção do curador-chefe, Gabriel Pérez-Barreiro, de colocar em discussão os modelos de curadorias centralizados na figura do curador e estruturadas como arranjos temáticos de obras, argumenta-se que a opção por artistas-curadores implica em um inevitável tensionamento quanto às funções tanto dos curadores como dos artistas na organização de uma grande exposição. Tendo em conta essas questões, são mobilizados antecedentes históricos e referenciais teóricos que ajudam a melhor delinear e compreender a problemática em torno das convergências entre práticas artísticas e curatoriais, com especial atenção às dissoluções de categorias e às trocas de papéis. A discussão sobre as possíveis equivalências de práticas e os conflitos de autorias aponta para questões em torno da “curatorialização” de procedimentos artísticos em âmbito institucional.

https://doi.org/10.24978/mod.v3i1.4117
PDF

Referências

ALAMBERT, Francisco; CANHÊTE, Polyana. As bienais de São Paulo: da era do museu à era dos curadores (1951-2001). São Paulo: Boitempo, 2004.

BISHOP, Claire. “O que é um curador? A ascensão (e queda?) do curador auteur”. Concinnitas – Revista do Instituto de Artes da UERJ. Rio de Janeiro, ano 16, v. 2, nº 27, dez. 2015, p. 270-282.

BUREN, Daniel. “Exhibitions of an Exhibition” [1972]. In: Where are the artists? [contribuição de Buren para o projeto The Next Documenta Should Be Curated by an Artist, organizado por Jens Hoffmann]. Disponível em: <http://projects.e-flux.com/next_doc/d_buren.html#>. Acesso em: 17 dez. 2018.

CARVALHO, Ana Maria Albani de. “Curadoria e potencialidade crítica na arte pós-autônoma”. Anais do XXXIII Colóquio CBHA – Arte e suas instituições, set. 2013. Campinas: Comitê Brasileiro de História da Arte – CBHA, 2014 [2013], p. 257-272.

CHIARELLI, Tadeu. “As funções do curador, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o grupo de estudos de curadoria do MAM”. In: CHAIMOVICH, Felipe (org.). Grupo de estudos de curadoria – 1998-1999. São Paulo: MAM-SP, 2008, p. 13-19.

FERGUSON, Bruce; GREENBERG, Reesa; NAIRNE, Sandy (eds.). “Introduction”. In: Thinking about Exhibitions. London, New York: Routledge, 1996, p. 1-4.

FILIPOVIC, Elena. “When Exhibitions Become Form: On the History of the Artist as Curator”. In: The Artist as Curator. Mousse Magazine, Issue 41. Milan: Mousse Publishing, 2014.

FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO. “33ª Bienal de São Paulo revê papel da curadoria” [press release]. São Paulo, 2017. Disponível em: <http://imgs.fbsp.org.br/files/33bsp_release_coletiva_PT.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2018.

FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO. “‘Sistema operacional’ alternativo da 33ª Bienal de São Paulo ganha corpo com anúncio de doze projetos individuais” [press release]. São Paulo, mar. 2018. Disponível em: <http://imgs.fbsp.org.br/files/33bsp_anuncio20marco_PT.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2018.

GROYS, Boris. “Autoria múltipla”. In: Arte poder. Belo Horizonte: UFMG, 2015, p. 119-127.

GROYS, Boris. “Sobre curadoria”. In: Arte poder. Belo Horizonte: UFMG, 2015, p. 61-71.

HOFFMANN, Jens. “A exposição como trabalho de arte”. Concinnitas, Revista do Instituto de Artes da UERJ. Rio de Janeiro, vol. 5, nº 6, jul. 2004, p. 18-29.

HOFFMANN, Jens. “The Curatorialization of Institutional Critique”. In: WELCHMAN, John C. (ed.). Institucional Critique and After. Zurich: JRP Ringier, 2006, p. 323-335.

HUCHET, Stéphane. “Partilhas no ambiente da crítica”. Porto Arte – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Artes, Porto Alegre (RS), v. 16, nº 27, nov. 2009, p. 75-87.

KWON, Miwon. “Um lugar após o outro: anotações sobre site-specificity”. Arte & Ensaios – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, v. 15, nº 17, dez. 2008, p. 167-187.

O’NEILL, Paul. The Culture of Curating and The Curating of Culture(s). Cambridge and London: The MIT Press, 2012.

PÉREZ-BARREIRO, Gabriel. “Afinidades afetivas”. Apresentação da exposição. 33ª Bienal de São Paulo, 2018. Disponível em: <http://33.bienal.org.br/pt/sobre-a-exposicao/5244>. Acesso em: 17 dez. 2018.

POINSOT, Jean-Marc. “Large exhibition – a sketch of a typology”. In: FERGUSON, Bruce; GREENBERG, Reesa; NAIRNE, Sandy (eds.). “Introduction”. In: Thinking about Exhibitions. London, New York: Routledge, 1996, p. 39-66.

SMITH, Terry. Thinking Contemporary Curating. New York: Independent Curators International, 2012.

SMITHSON, Robert. “Cultural Confinement” [1972]. In: FLAM, Jack (ed.). Robert Smithson: The Collected Writings. Berkeley: University of California Press, 1996, p. 154-155.

STANISZEWSKI, Mary Anne. The Power of Display: A History of Exhibition Installations at the Museum of Modern Art. Cambridge, MA: MIT Press, 1998.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 MODOS

Downloads

Não há dados estatísticos.