Questionar para reafirmar
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Palavras-chave

Bienal de São Paulo
curadoria
Goethe
Mário Pedrosa
poder
autoridade.

Como Citar

DINIZ, Clarissa. Questionar para reafirmar: Reflexões sobre o “rolezinho” curatorial e político da 33ª Bienal de São Paulo. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 3, n. 1, p. 250–265, 2019. DOI: 10.24978/mod.v3i1.4088. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8662927. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

O artigo analisa o projeto curatorial da 33ª Bienal de São Paulo a partir de sua estrutura conceitual. Para isso, desenvolve uma análise que confronta as duas principais referências da curadoria: Afinidades eletivas, de Goethe, e Da natureza afetiva da forma na obra de arte, de Mário Pedrosa. Ao apontar o que considera ser uma amputação conceitual que escamoteia contextos, intenções e complexidades por parte da curadoria, o texto desenvolve uma reflexão sobre o quanto o gesto curatorial dissipa sua intenção de horizontalidade ao performar e reiterar um exercício de poder e autoridade. Tal aspecto se reforçaria pela mobilização de uma espécie de pedagogia democrática que, partindo da experiência da arte, apostou na “dissolução das identidades” e no “avanço além dos discursos identitários” como seu horizonte político. Defendendo que a arte não se dá como instância à parte de seus contextos sociais, a autora discute que a aposta curatorial na relação entre sujeito e objeto de arte resultou em um projeto conservador, por não ter levado em conta a complexidade das construções históricas que constituem e circunscrevem tanto um quanto outro.

https://doi.org/10.24978/mod.v3i1.4088
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