Viradas inesperadas
PDF

Palavras-chave

Griselda Pollock
História da arte feminista
Unexpected turns
Atlas mnemosyne
Nachleben

Como Citar

FUCHS, Isabela Marques. Viradas inesperadas: Griselda Pollock e a temporalidade feminista na historiografia da arte. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 7, n. 2, p. 49–79, 2023. DOI: 10.20396/modos.v7i2.8671353. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8671353. Acesso em: 16 jul. 2024.

Resumo

O presente artigo objetiva abordar a questão de uma temporalidade feminista no texto “Unexpected Turns” de Griselda Pollock. Para tanto, é apresentada a trajetória intelectual da historiadora da arte, suas relações com a teoria e a prática feminista, e em como ao longo de sua obra foi tecida a questão do cânone. Em seguida, é apresentada a questão evidenciada por Pollock: como uma historiografia da arte feminista poderia se beneficiar com uma escrita outra, sem a adoção de esquemas evolutivos. Ancorada sobretudo no historiador da arte Aby Warburg e em três conceitos de sua autoria, Nachleben, Pathosformeln e o seu Atlas Mnemosyne, Griselda Pollock propõe uma virada inesperada. No presente artigo, também são esmiuçadas as relações postas pela autora em conjunto com Walter Benjamin e Georges Didi-Huberman e suas ponderações sobre o tempo na história e na arte. Se a práxis feminista está inscrita em um devir sem fim, longe de ter sido encerrado, uma história da arte feminista poderia voltar-se à temporalidade da política, inscrita em um modelo de tempo heterogêneo e dialetizado.

https://doi.org/10.20396/modos.v7i2.8671353
PDF

Referências

AGAMBEN, G. A potência do pensamento. Ensaios de conferências. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

BENJAMIN, W. Sobre o conceito de História. In: BENJAMIN, W. Obras Escolhidas I. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. pp. 222-235.

BLOCH, M. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

BRAUDEL, F. O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo na época de Filipe II. São Paulo: USP, 2016.

CHADWICK, W. Mujer, arte y sociedad. Barcelona: Destino, 1992.

DIDI-HUBERMAN, G. A imagem sobrevivente: História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

DIDI-HUBERMAN, G. Atlas ou o Gaio Saber Inquieto: O olho da história III. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.

DIDI-HUBERMAN, G. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2015.

DIDI-HUBERMAN, G. Quando as imagens tomam posição: O olho da história I. Belo Horizonte: UFMG, 2017.

FERNANDES, C (org.). WARBURG, A. A presença do antigo. Campinas: Editora Unicamp, 2018.

FREITAS, A. Performance radical e literalidade: a homologia arte-vida. Arte Teoria, Universidade de Lisboa, n. 21, 2018, pp.13-33.

KRISTEVA, J. Women 's time. Signs. v.7, n.1. 1979, pp.13-35.

LOWY, M. Aviso de incêndio: Uma leitura sobre as teses sobre o conceito de história. São Paulo: Boitempo, 2015.

MATTOS, C. V. de. Arquivos da memória: Aby Warburg, a história da arte e a arte contemporânea. Concinnitas, v. 2, n. 11. dez. 2007, pp.131-139.

MULVEY, L. Visual Pleasure and Narrative Cinema. Screen. v. 16, n. 3. 1975, pp.6-18.

NEAD, L. The female nude: art, obscenity and sexuality. Routledge: Londres, 2001.

NOCHLIN, L. Por que não houve grandes mulheres artistas? Edições Aurora: São Paulo, 2016.

PARKER, R; POLLOCK, G. Old Mistresses. Women, art and Ideology. Londres: Pandora, 1981.

PEDRO, J. M. Os feminismos e os muros de 1968 no Cone Sul. Clio. v.1, n. 26. 2008, pp. 59-82.

PEDRO, J. M. O feminismo de "segunda onda": corpo, prazer e trabalho. PINSKY, C. B.; PEDRO, J. M. Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012. pp. 238-259.

PINTO, C. R. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003.

POLLOCK, G. Differencing the canon: feminist desire and the writing of art’s histories. Routledge: Londres, 1999.

POLLOCK, G. Unexpected Turns: The Aesthetic, the Pathetic and the Adversarial in the Long Durée of Art’s Histories. Journal of Art Historiography, n. 7., dez. 2012, pp.1-32.

POLLOCK, G. Vision and Difference: feminism, femininity and the histories of art. Routledge: Nova York, 2003.

POLLOCK, G. Visión, voz y poder: historias feministas del arte y marxismo. In. REIMAN, K. C. e SÁENZ (Orgs.). Crítica Feminista en la teoría e Historia del arte. México: Universidad Iberoamericana, 2007, pp.1-12.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Ed. 34. 2005.

REINALDIN, I. Cânone(s), globalização e historiografia da arte. Ars, n. 42, 2021, pp.172-210.

SIMIONI, A. P. C. As mulheres artistas e os silêncios da história: a história da arte e suas exclusões. Labrys: Estudos Feministas. jan-jun. 2007, s/p.

WARBURG, A. Atlas Mnemosyne. Madrid: Impresos Cofás S.A. 2010.

WARBURG, A. Histórias de fantasmas para gente grande. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

WINCKELMANN, J. J. Reflexões sobre a arte antiga. Porto Alegre: Editora Movimento, 1975.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Isabela Marques Fuchs

Downloads

Não há dados estatísticos.