Resumo
As hortaliças folhosas, especialmente a alface, têm sido identificadas como veículos significativos de patógenos relevantes em saúde pública. O objetivo deste trabalho foi avaliar a redução de Escherichia coli O157:H7 intencionalmente inoculada na alface após sanitização da hortaliça com água ozonizada. Dez amostras de alface americana foram inoculadas com E. coli O157:H7 e submetidas à sanitização em água ozonizada na concentração de 1 mg.L-1 durante um minuto. A contaminação inicial das alfaces foi da ordem de 105-106 UFC.g-1 , e o processo de sanitização resultou em reduções decimais entre 2,40 e 4,49, sendo a variação observada possivelmente função da concentração inicial inoculada e da heterogeneidade da superfície da alface, o que pode afetar a aderência do micro-organismo nas amostras e, consequentemente, a efetividade do processo de sanitização. Assim, a utilização de água ozonizada mostra ser uma tecnologia promissora na etapa de sanitização em alface.
Referências
Abreu IMO, Junqueira AMR, Peixoto JR, Oliveira SA. Qualidade microbiológica e produtividade de alface sob adubação química e orgânica. Food Sci Technol. 2010;30(Suppl.1):108-118.
Rodrigues CS. Contaminação microbiológica em alface e couve comercializadas no varejo de Brasília – DF. Brasília: Universidade de Brasília, 2007.
Madic J, Vingadassalon N, De Garam CP, Marault M, Scheutz F, Brugère H, Jamet E, Auvray F. Detection of Shiga toxin-producing Escherichia coli serotypes O26:H11, O103:H2, O111:H8, O145:H28, and O157:H7 in raw-milk cheeses by using multiplex real-time PCR. Appl Environ Microbiol. 2011;77(6):2035-2041.
Forsythe SJ. Microbiologia da Segurança Alimentar. Porto Alegre: Artmed; 2005.
Bosilevac JM, Koohmaraie M. Prevalence and Characterization of Non-O157 Shiga Toxin-Producing Escherichia coli Isolates from Commercial Ground Beef in the United States. Appl Environ Microbiol. 2011;77(6):2103-2112.
Parish ME, Beuchat LR, Suslow TV, Harris LJ, Garret EH, Farber JN, Busta FF. Methods to reduce/eliminate pathogens from fresh and fresh-cut produce. Comprehensive reviews in food science and food safety. 2001;2.
Mogharbel ADI, Masson ML. Hazard associates to the consumption of the lettuce, (Lactuca sativa), in natura. Alim. Nutr. 2005;16(1):83-88.
Cavalcante DA, Leite Júnior BRC, Tribst AAL, Cristianini M. Microbiological quality of Minas Frescal cheese treated with ozonated water. International Food Research Journal. 2013;20(5):2911-2915.
Cavalcante DA, Leite Júnior BRC, Tribst AAL, Cristianini M. Improvement of the raw milk microbiological quality by ozone treatment. International Food Research Journal. 2013;20(4):2017-2021.
Brasil. Portaria no 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União. 04 jan 2012. Seção 1:43-49.
Cavalcante DA, Leite Júnior BRC, Tribst AAL, Cristianini M. Uso de ozônio gasoso na sanitização de câmaras frigoríficas. Rev. Inst. Laticínios Cândido Tostes. 2014;69(2):121-128.
Achen M, Yousef AE. Efficacy of ozone against Escherichia coli O157:H7 on apples. J Food Sci. 2001;66(9):1380-1384.
Sharma RR, Demirci A. Application of ozone for inactivation of Escherichia coli O157:H7 on inoculated alfafa sprouts. Journal of Food Processing and Preservation. 2003;27:51-64.
Cavalcante DA, Leite Júnior BRC, Tribst AAL, Cristianini M. Inativação de Escherichia coli O157:H7 e Bacillus subtilis por água ozonizada. B.CEPPA. 2014:32(1):105-112.
Beuchat LR. Standardization of a method to determine the efficacy of sanitizers in inactivating human pathogenic microorganisms on raw fruits and vegetables. J Food Prot. 2001;64(7):1079-1084.
Rice RG. Ozone in the United States of America. Ozone: Science and Engineering. 1999;21(2):99-118.
Farmacopéia Brasileira. 4.ed. São Paulo: Atheneu; 1988.
Speck ML. Compendium of methods for microbiological examination of foods. Washington: APHA/Technical Committee on Microbiological for Foods; 1984.
Takeuchi K, Matute CM, Hassan AN, Frank JF. Comparison of the attachment of Escherichia coli O157:H7, Listeria monocyogenes, Salmonella typhimurium and Pseudomonas fluorescens to lettuce leaves. J Food Prot. 2000;63(10):1433-1437.
Takeuchi K, Frank JF. Penetration of Escherichia coli O157:H7 into lettuce tissues as affected by inoculum size and temperature and the effect of chlorine treatment on cell viability. J Food Prot. 2000;6(3):434-440.
Goularte, L. Aplicação de processos combinados – processamento mínimo e radiação ionizante (60Co) – visando o aumento da segurança microbiológica de alface (Lactuca sativa, L.) [tese]. São Paulo: Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP; 2003.
Vijayakumar C, Hall CE. Evaluation of household sanitizers for reducing levels of Escherichia coli on iceberg lettuce. J Food Prot.2002;65(10):1646-1650.
Silva N, Silveira NFA, Yokoya F, Okazaki MM. Ocorrência de Escherichia coli O157:H7 em vegetais e resistência aos agentes de desinfecção de verduras. Food Sci Technol. 2003;23(2):167-173.
Behrsing J, Winkler S, Franz P, Premier R. Efficacy of chlorine for inactivation of Escherichia coli on vegetables. Postharvest Biology and Technology. 2000;19:187-192.
A revista Segurança Alimentar e Nutricional utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.