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Agricultores consomem frutas, verduras e legumes? Bases para ações educativas
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Palavras-chave

Segurança alimentar e nutricional. Educação alimentar e nutricional. Consumo de alimentos. Nutrição comunitária.

Como Citar

BOOG, Maria Cristina Faber; FONSECA, Maria da Conceição Pereira da; ALVES, Hayda Josiane; VOORPOSTEL, Cristiane Ramos. Agricultores consomem frutas, verduras e legumes? Bases para ações educativas. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 15, n. 2, p. 85–97, 2015. DOI: 10.20396/san.v15i2.1819. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/1819. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Avaliou-se o consumo de frutas, verduras e legumes (FVL) por população de fruticultores, relacionando-o com trabalho, disponibilidade local desses produtos e produção para auto-consumo, com finalidade de subsidiar programas educativos. O delineamento consistiu em estudo de corte transversal, realizado entre famílias de alunos de escola de zona rural do município de Valinhos/SP – Brasil. Por meio de entrevista coletou-se dados socioeconômicos, de consumo alimentar e dados subjetivos relativos à percepção dos sujeitos sobre suas próprias práticas. A população estudada compreendeu 79 famílias, totalizando 420 pessoas; 53,0% das famílias trabalhavam na terra, 70,5% possuíam horta e 80,0% árvores frutíferas ao redor do domicílio; 85% referiram consumir verduras, 83% legumes e 91% frutas, considerando esses alimentos pertinentes ao seu padrão alimentar. Entretanto, no dia alimentar, 59,5% declararam não consumir frutas, 70,9% não consumiram verduras e 53,2% nenhum legume. Conclui-se que o acesso à terra não é um fator que por si só favoreça produção e consumo de FVL. Os motivos que levam ao baixo consumo relacionam-se a preferências, papel da mulher no trabalho agrícola como fator limitante do tempo destinado ao preparo das refeições, e relações de trabalho. Programas educativos devem ser pautados nos condicionantes objetivos e subjetivos da alimentação, incluindo estratégias para emancipação e aumento do controle sobre a vida.

https://doi.org/10.20396/san.v15i2.1819
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