Banner Portal
A influência do marketing aplicado à indústria de alimentos sobre o estado nutricional e o comportamento alimentar no Brasil: uma revisão
PDF

Palavras-chave

Comportamento alimentar. Estado nutricional. Marketing. Propaganda.

Como Citar

SARTORI, Alan Giovanini de Oliveira. A influência do marketing aplicado à indústria de alimentos sobre o estado nutricional e o comportamento alimentar no Brasil: uma revisão. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 20, n. 2, p. 309–319, 2013. DOI: 10.20396/san.v20i2.8634606. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8634606. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O marketing aplicado à indústria de alimentos tem sido apontado como um dos principais elementos na etiologia da obesidade infantil e no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis associadas à dieta. O objetivo do artigo foi, por meio da elaboração de revisão bibliográfica, analisar os estudos sobre a influência da publicidade e propaganda no estado nutricional de crianças e adolescentes e no comportamento alimentar conduzidos no Brasil. Realizaram-se buscas em bases de dados científicas virtuais e foram analisadas publicações selecionadas, com base em critérios pré-estabelecidos. Constatou-se que a maioria dos anúncios de alimentos na mídia televisiva brasileira refere-se a produtos considerados não saudáveis e que a influência do marketing sobre o consumo alimentar de crianças e adolescentes é relevante. O tempo despendido em frente à tela por esses indivíduos é excessivo (≥ 2,5 horas/dia) e, adicionado a hábitos como comer enquanto se assiste televisão e dedicar tempo insuficiente à prática de atividades físicas, está associado ao excesso de peso. No tocante ao conteúdo das propagandas e informações divulgadas em rótulos presentes nas embalagens dos produtos alimentícios, notou-se a necessidade de aprimoramento da atuação reguladora do setor público, tanto no que se refere à fiscalização, quanto à legislação vigente. Além disso, intervenções governamentais de estímulo a escolhas alimentares adequadas e estilos de vida saudáveis são essenciais para a redução da prevalência de sobrepeso e obesidade, especialmente para crianças e adolescentes com status socioeconômico baixo.
https://doi.org/10.20396/san.v20i2.8634606
PDF

Referências

Arthey D. Acceptable food for the future-meeting consumer demand. British Food Journal. 1989;91(9):18-21.

Institute of Medicine. Food Marketing to Children and Youth: Threat or Opportunity? Washington; 2006.

Kotler P. Princípios de marketing. São Paulo: Pearson; 2005.

Armstrong G, Kotler P, Harker M, Brennan R. Marketing: an introduction. Harlow: Pearson Education; 2009.

Ishimoto EY, Nacif MAL. Propaganda e marketing na informação nutricional. Brasil Alimentos. 2001;2(11):28-33.

Cohen DA, Farley TA. Eating as an automatic behavior. Preventing Chronic Disease. 2008;5:1-7.

Mcginnis JM, Gootman J, Kraak VI. Food marketing to children and youth: Threat or opportunity? Institute of Medicine Report. Natl. Acad. Press. Washington; 2006.

Bruce AS, Lepping RJ, Bruce JM, Cherry BC, Martin LE, Davis AM, et al. Brain Responses to Food Logos in Obese and Healthy Weight Children. The Journal of Ped. 2013;162(4):759-764.

World Health Organization. Obesity and overweight. Fact sheet n0 311. 2013 [acesso em 28 mar 2013]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en

World Health Organization/Food and Agriculture Organization. Diet, Nutrition and Prevention of Chronic Diseases. Report of the joint WHO/FAO expert consultation. Technical Report Series no 916. Genebra; 2003.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil. Rio de Janeiro; 2010.

Must A, Jacques PF, Dallal GE, Bajema CJ, Dietz WH. Long-term morbidity and mortality of overweight adolescents: a follow up of the Harvard Growth Study of 1992 to 1935. New Eng J Med. 1992;327:1350-1355.

Connor JM, Schiek WA. Food processing: an industrial powerhouse in transition. New York: Wiley-Interscience; 1997.

Almeida SS, Nascimento PCBD, Quaioti TCB. Quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira. Rev Saúde Pública. 2002;36(3):353-355.

Philippi ST. Alimentação Saudável e a Pirâmide dos Alimentos. In: Philippi ST (org.) Pirâmide dos Alimentos: Fundamentos Básicos da Nutrição. Guias de Nutrição e Alimentação. Barueri: Manole; 2008.

Boyland EJ, Harrold JA, Kirkham TC, Corker C, Cuddy J, Evans D et al. Food Commercials Increase Preference for Energy-Dense Foods, Particularly in Children Who Watch More Television. Off J of the Am Academy of Ped. 2011;128(1):93-100.

Hastings G, Stead M, Mcdermott L, Forsyth A, Mackintosh A, Rayner M et al. Review of the Research on the Effects of Food Promotion to Children. Glasgow: Centre for Social Marketing; 2003.

Motta-Gallo S, Gallo P, Cuenca, A. Influência da Televisão nos Hábitos Alimentares de Crianças do Nordeste Brasileiro. J Human Grow Dev. 2013;23(1): 87-93.

Frutuoso MFP, Bismarck-Nasr EM, Gambardella AMD. Redução do dispêndio energético e excesso de peso corporal em adolescents. Rev Nutr. 2003;16(3):257-263.

Miotto AC, Oliveira AF. A influência da mídia nos hábitos alimentares de crianças de baixa renda do Projeto Nutrir. Rev Paul Ped. 2006;24(2):115-120.

Costa SMM, Horta PM, Santos LC. Food advertising and television exposure: influence on eating behavior and nutritional status of children and adolescents. Arch Latin Nutr. 2012;62(1):53-59.

Rodrigues VM, Fiates GMR. Hábitos alimentares e comportamento de consumo infantil: influência da renda familiar e do hábito de assistir à televisão. Rev Nutr. 2012;25(3):353-362.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais. Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira. Rio de Janeiro; 2009.

Rivera IR, Silva MAM, Silva RDTA, Oliveira BAV, Carvalho ACC. Atividade Física, Horas de Assistência à TV e Composição Corporal em Crianças e Adolescentes. Arq Bras Cardiol. 2010;95(2):159-165.

Silva RCR, Malina R. Sobrepeso, atividade física e tempo de televisão entre adolescentes de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Ciência Mov. 2003;11(4):63-66.

Fonseca VM, Sichieri R, Veiga GV. Fatores associados à obesidade em adolescentes. Rev Saúde Pública. 1998;32(6):541-549.

Baruki SBS, Rosado LEFPL, Rosado GP, Ribeiro RCL. Associação entre estado nutricional e atividade física em escolares da Rede Municipal de Ensino em Corumbá – MS. Rev Bras Med Esporte. 2006;12(2):90-94.

Vasconcellos MB, Anjos LA, Vasconcellos MTL. Estado nutricional e tempo de tela de escolares da Rede Pública de Ensino Fundamental de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2013;29(4):713-722.

Vereecken CA, Todd J, Roberts C, Mulvihill C, Maes L. Television viewing behavior and associations with food habits in different countries. Public Health Nutr. 2006;9(2):244–250.

Pimenta APA, Palma A. Perfil epidemiológico da obesidade em crianças: relação entre televisão, atividade física e obesidade. Rev Bras Ciên e Mov. 2001;9(4):19-24.

American Dietetic Association. Food and nutrition misinformation: position of ADA. J Am Diet Assoc. 2002;102:260-266.

Scagliusi FB, Machado FMS, Torres EAFS. Marketing aplicado à indústria de alimentos. Nutrire. 2005;30:79-95.

Monteiro RA, Coutinho JG, Recine E. Consulta aos rótulos de alimentos e bebidas por frequentadores de supermercados em Brasília, Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2005;18:172-177.

Lemos AR. Análise da comunicação de marketing no varejo de alimentos no município de São Paulo [dissertação de mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2011.

Machado, FMS. O consumerismo na indústria alimentícia: uma análise da dimensão nutricional. Comunicação e Inovação. 2006;7(12):25-38.

Brasil. Resolução no 24, de 15 de junho de 2010. Dispõe sobre a oferta, propaganda, publicidade, informação e outras práticas correlatas cujo objetivo seja a divulgação e a promoção comercial de alimentos considerados com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio, e de bebidas com baixo teor nutricional, nos termos desta Resolução, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 jun. 2010.

Moré, A.D. Propaganda e publicidade de alimentos no Brasil [dissertação de mestrado]. Piracicaba: Universidade de São Paulo; 2012.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução no 102, de 30 de novembro de 2000. Aprova o Regulamento sobre propagandas, mensagens publicitárias e promocionais e outras práticas cujo objeto seja a divulgação, promoção ou comercialização de medicamentos de produção nacional ou importados, quaisquer que sejam as formas e meios de sua veiculação, incluindo as transmitidas no decorrer da programação normal das emissoras de rádio e televisão. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1 jun. 2001.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução no 221, de 05 de agosto de 2002. As disposições deste Regulamento Técnico aplicam-se às chupetas, bicos, mamadeiras e protetores de mamilo fabricados no país ou importados, assim como a seus fornecedores e distribuidores. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 ago. 2002.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução no 222, de 05 de agosto de 2002. Regulamento Técnico para Promoção Comercial de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 ago. 2002.

Brasil. Lei no 11.265, de 3 de janeiro de 2006. Regulamenta a comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância e também a de produtos de puericultura correlatos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 jan. 2006.

Araújo MFM, Rea MF, Pinheiro KA, Schmitz BAS. Avanços na norma brasileira de comercialização de alimentos para idade infantil. Rev Saúde Pública, 2006;40(3):513-520

Pagnoncelli MGB, Batista AM, Silva MCM, Costa APM, Araújo FR, Marques MP et al. Analysis of advertisements of infant food commercialized in the city of Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. Braz Journal Pharma Sciences, 2009;45(2):339-348.

Moodie R, Stuckler D, Monteiro CA, Sheron N, Neal B, Thamarangsi T et al. Profits and pandemics: prevention of harmful effects of tobacco, alcohol, and ultra-processed food and drink Industries [acesso em 15 jun 2013]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(12)62089-3.

A revista Segurança Alimentar e Nutricional utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.