Resumo
Neste estudo, foi possível observar uma prevalência de 51% de Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN) em domicílios (n=100) de cafeicultores de Ouro Fino, Sul de Minas Gerais. Não houve diferença nas prevalências de IAN segundo sexo da pessoa de referência do domicílio. As médias de renda também não foram diferentes entre os classificados ou não em IAN. Em média, os cafeicultores apresentavam 41,8+12,2 anos de idade, IMC de 25,5+4,2 kg/m2 e viviam em domicílios com 3,7+1,3 pessoas. Grande parte eram homens (65%), donos de seu domicílio (95%), cultivavam exclusivamente café (60%), trabalhavam somente em sua própria terra (73%), referiram ter horta (71,7%), utilizá-la para subsistência (96%), declararam que “arroz e feijão” eram os alimentos que não poderiam faltar (79%) e todos faziam uso de agrotóxicos (100%). Tais características são condizentes a uma situação de importante risco social e à saúde.
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