Banner Portal
Transição agroalimentar em comunidades tradicionais rurais: o caso dos remanescentes de quilombo Kalunga – GO
PDF

Palavras-chave

Sistema agroalimentar. Uso dos recursos naturais. Agroecossistemas tradicionais.

Como Citar

SILVA, Rodrigo de Jesus; GARAVELLO, Maria Elisa de Paula Eduardo; NAVAS, Rafael; NARDOTO, Gabriela Bielefeld; MAZZI, Edmar Antonio; MARTINELLI, Luiz Antonio. Transição agroalimentar em comunidades tradicionais rurais: o caso dos remanescentes de quilombo Kalunga – GO. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 22, n. 1, p. 591–607, 2015. DOI: 10.20396/san.v22i1.8641592. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8641592. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O maior acesso ao meio urbano e ao mundo globalizado pode estar colocando em risco o modo de vida das comunidades tradicionais rurais, gerando impactos consideráveis em seus sistemas agroalimentares. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar as consequências do desenvolvimento nos sistemas agroalimentares de comunidades tradicionais devido ao aumento da urbanização, do maior acesso à economia de mercado e políticas públicas, por meio da caracterização dos hábitos alimentares e formas de produção de autoconsumo. O estudo foi conduzido nos remanescentes de quilombo Kalunga – GO, por intermédio da adaptação do método “recordatório alimentar 24 horas” e observação participante, onde foram caracterizadas as condições socioeconômicas e os sistemas agroalimentares locais. A partir disso, foi possível identificar elementos de transição agroalimentar nas comunidades mais acessíveis ao meio urbano, ou seja, mudanças na produção de autoconsumo e hábitos alimentares locais. Em contraposição, em algumas comunidades foi identificado um panorama de resistência do modo de vida tradicional e reorganização por meio de estímulos à produção agroextrativista.
https://doi.org/10.20396/san.v22i1.8641592
PDF

Referências

Tardido AP, Falcão MC. O impacto da modernização na transição nutricional e obesidade. Rev Bras Nutr Clin. 2006;21(2):117-124.

Carneiro H. Comida e sociedade: uma história da alimentação. Rio de Janeiro: Campus; 2003.

Moran E. A ecologia humana das populações da Amazônia. Petrópolis: Vozes; 1990.

Sahlins M. A primeira sociedade da afluência. In: Carvalho, EA (organizador). Antropologia Econômica. São Paulo: Editora Ciência Humanas; 1978. p. 7-44.

Murrieta RSS, Dufour DL, Siqueira AD. Food consumption and subsistence in three caboclo populations on Marajó Island, Amazonia, Brazil. Hum Ecol. 1999;27(3):455-75.

Poulain JP. Sociologia da alimentação: os comedores e o espaço social alimentar. Florianópolis: UFSC; 2004.

Piperata BA. Nutritional status of Ribeirinhos in Brazil and the nutrition transition. Am J Phys Anthropol. 2007;133(2):868-78.

Pollan M. Em Defesa da Comida: um manifesto. Rio de Janeiro: Intrínseca; 2008.

Nardoto GB, Murrieta RSS, Prates LEG, Adams C, Garavello MEPE, Schor T, et al. Frozen chicken for wild fish: Nutritional transition in the Brazilian Amazon region determined by carbon and nitrogen stable isotope ratios in fingernails. Am J Hum Biol. 2011;23(5):642-50.

Piperata BA, Spence JE, Da-Gloria P, Hubbe M. The Nutrition Transition in Amazonia: Rapid Economic Change and its Impact on Growth and Development in Ribeirinhos. Am J Phys Anthropol. 2011;146:1–13.

Pfeiffer JM, Dun S, Mulawarman B, Rice KJ. Biocultural diversity in traditional rice-based agroecosystems: indigenous research and conservation of mavo (Oryza sativa L.) upland rice landraces of eastern Indonesia. Environ Dev Sustainability. 2006;8(4):609-625.

Vandermeer JH. The ecology of agroecosystems. Massachusetts: Jones and Bartlett Publishers; 2011.

Gliessman SR. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: UFRGS; 2009.

Altieri M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: Editora da UFRGS; 2009.

Guzmán ES. De la sociología rural a la agroecología. Perspectivas agroecológicas. São Paulo: Icaria Editorial; 2006.

Silva AL, Begossi A. Biodiversity, food consumption and ecological niche dimension: a Study Case of the Riverine Populations from the Rio Negro, Amazonia, Brazil. Environ Dev Sustainability. 2007;11(3):1-24.

Murrieta RSS, Dufour DL. Fish and farinha: protein and energy consumption in Amazonian Rural communities on Ituqui Island, Brazil. Ecol Food Nutr. 2004;43(3):231-255.

Aguiar GFS. Nutrição e adaptação humana em áreas de pesca na Amazônia: sugestões para políticas em saúde. Boletim do Museu Paranaense Emílio Goeldi Ciências Humanas. 2006;1(2):129-138.

Arruda R. Populações Tradicionais e a Proteção dos Recursos Naturais em Unidades de Conservação. Ambient Soc.1999;5:79-92.

Diegues ACS. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Editora Hucitec; 1998.

Durham ER. Dinâmica da cultura: ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify; 2004.

Cunha MC, Almeida MWB. Populações Tradicionais e Conservação Ambiental. In: Cunha MC. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosacnaify; 2009. p. 237-268.

Baiocchi MN, Carvalho AF, Baiocchi EG, Da Silva KL, Carvalho FGBV, Salomão MAS, et al. Secretaria do Estado de Políticas para Mulher e Promoção da Igualdade Racial (GO), Diagnóstico Situacional das Comunidades do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga. Goiânia; 2009.

Baiocchi MN. Kalunga: Povo da Terra. Goiânia: Edufg/Cegraf; 2006.

Fisberg RG, Marchioni DML. Manual de avaliação do consumo alimentar em estudos populacionais: a experiência do inquérito de saúde em São Paulo (ISA)/Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Grupo de Pesquisa de Avaliação do Consumo Alimentar. São Paulo; 2012.

Gragnani JG, Garavello MEPE, Silva RJ, Nardoto GB, Martinelli LA. Can stable isotope analysis reveal dietary differences among groups with distinct income levels in the city of Piracicaba (southeast region, Brazil)? J Hum Nutr Diet. 2013;10:1-7.

Graziano da Silva J. Velhos e novos mitos do rural brasileiro. Estud Av. 2001;15(43):37-50.

Sen AK. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras; 2000.

Veiga JE. O Brasil rural ainda não encontrou seu eixo de desenvolvimento. Estud Av 2001;15(43):101-119.

Zaluar A. A Máquina e a Revolta: as organizações populares e o significado da pobreza. 2. ed. São Paulo: Brasiliense; 2000.

Bleil SI. O Padrão Alimentar Ocidental: Considerações sobre a mudança de hábitos no Brasil. Cadernos de Debate. 1998;6:1-25.

A revista Segurança Alimentar e Nutricional utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.